domingo, 22 de novembro de 2009

A ORELHA DE VAN GOGH


Na noite do dia 23 de Dezembro de 1888, Gauguin decidiu abandonar a casa que partilhava com van Gogh e saiu de bagagem aviada e a espada na mão – era um experiente esgrimista. Gauguin foi seguido pelo amigo que, horas antes, lhe tinha atirado um copo de vidro. Ao aproximarem-se de um bordel, a discussão intensificou-se e Gauguin cortou a orelha esquerda de van Gogh com a espada que empunhava. van Gogh embrulhou a orelha e ofereceu-a a Rachel, uma prostituta.
Esta é a nova versão da história da orelha - que na realidade não foi verdadeiramente toda a orelha, mas apenas o lóbulo do lado direito – da autoria dos historiadores alemães Hans Kaufmann e Rita Wildegans. O comportamento do artista não foi tão anormal como a versão da auto-mutilação sugeria. O apêndice auricular do pintor viria a converter-se num ícone usado em marcas comerciais e nomes de músicas, cafés, bandas, discotecas, livrarias, e por aí fora.
A sua vida está cheia de referências a distúrbios mentais e físicos, uns eventualmente verdadeiros, e outros do foro da imaginação dos historiadores de arte. Diz-se que era daltónico, o que custa a acreditar, e também que sofria de xantopsia, perturbação visual caracterizada por todos os objectos parecerem amarelados, coisa admissível olhando para a sua obra.
O génio e a personalidade do maior pintor de todos os tempos (acho eu) continuam a seduzir e a alimentar o interesse dos historiadores.

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