quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

PAPA-BTU É O QUE NÓS SOMOS!

Em 12 de Março de 2008, o preço do barril de petróleo ultrapassou os 110 dólares pela primeira vez na História. No dia seguinte, mais de 800 pessoas reuniram-se na sede da National Academy of Sciences americana e através da Internet para uma cimeira de dois dias intitulada National Academies Summit on America’s Energy Future. As actas dessa reunião foram publicadas no mesmo ano em livro com o título America’s Energy Future. Tem tal livro informação espantosa de fontes completamente fidedignas e traduz a preocupação da América em relação ao problema energético.
Os Estados Unidos são o maior consumidor de petróleo do planeta e apenas o terceiro produtor. As perspectivas são do consumo aumentar no futuro. O problema é que as reservas estão a diminuir e o resto do mundo está a entrar na corrida de forma assustadora. Da extracção actual de 86 milhões de barris diariamente (!!!) prevê-se chegar aos 118 milhões em 2030. Considerando a curva descendente na produção de algumas jazidas, será preciso descobrir o equivalente a nove Arábias Sauditas até lá. Não é tarefa fácil!
Perguntar-se-á o que acontece, entretanto, com as energias alternativas, uma vez que podem ser a solução para o problema. As energias alternativas também crescem, mas o carvão, o petróleo e o gás natural continuarão a ser indispensáveis para satisfazer as necessidades. É que o consumo global foi de 288 mil biliões de Btu (British thermal unit, equivalente a 1,06 kilojoules) em 1980, 445 mil biliões de Btu em 2004, e será de quase 700 mil biliões em 2030. Tal acréscimo só pode ser alcançado com todas as fontes a mata-cavalos (ver a figura).
É claro que assim não se vai a parte nenhuma e o caminho certo passa por diminuir as necessidades através do aumento da eficiência do consumo.
Os edifícios na América do Norte consomem 39% da energia primária e 72% da electricidade produzida. É tecnicamente possível, mediante a aprovação de legislação adequada, reduzir o consumo de electricidade em 1,2% e o de gás natural em 0,5%. Se se associarem outras técnicas relacionadas com a construção, climatização, iluminação, serviço de ascensores, etc., pode consumir-se 50% apenas do que o edifício gasta nas actuais condições.

Resultados equivalentes aplicam-se à indústria e aos transportes. Naturalmente que custa dinheiro e implica abdicar de hábitos - maus hábitos diria. Mas o melhor é fazê-lo de iniciativa própria e a tempo. Tarde, por imposição das circunstâncias, vai custar mais.

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