sábado, 23 de janeiro de 2010

QUENTE E FRIO



Em Junho de 1999, a revista New Scientist publicou o relatório de um alegado investigador indiano chamado Sued Hasnain em que se afirmava que os glaciares dos Himalaias iriam desaparecer em 40 anos devido ao aquecimento global. Tais glaciares fornecem água potável a 40% da população mundial através de sete rios asiáticos.
Al Gore, laureado com o Prémio Nobel da Paz sem ninguém saber por alma de quem, autor da peça de enorme impacto intitulada Uma Verdade Inconveniente e papa-léguas com uma apresentação Power-Point debaixo do braço, foi mais longe e marcou o fim dos glaciares para 2035. A previsão foi aceite pela maioria dos cientistas e incluída no último relatório da agência da ONU para o clima, o IPCC (Painel Internacional para as Alterações Climáticas), relatório que serviu de base de trabalho na Conferência de Copenhague.
Eis que surge agora outro indiano a dizer que aquela previsão para 2035 não tem qualquer fundamento científico. Sabe-se também que o relatório mencionado na New Scientist não passou de uma conversa telefónica com Hasnain que diz ter sido mal compreendido. E vários cientistas do IPCC admitem que o alerta sobre o desaparecimento dos glaciares dos Himalaias assentava em pressupostos científicos errados. Uma trapalhada!...
Como é evidente, apesar do insuportável espírito apostólico dos profetas do Apocalipse climático, e de desejar que não haja problemas graves com o clima para os nossos filhos, não tenho posição nesta disputa do quente e frio dos ecologistas. Não sei se estamos a aquecer ou a arrefecer e, em qualquer das hipóteses, porquê isso. Mas preocupa-me a falta de rigor de gente que se tem, e é tida, em conta de cientistas. Dá ideia que na tomada de posição sobre matéria tão importante para a humanidade não contam somente os factos mas também o palpite, a fé, o interesse económico, a nacionalidade, a convicção política, a religião e o clube. Uma lástima!...

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