sábado, 23 de janeiro de 2010

SER OU NÃO SER FELIZ



A revista International Living realiza anualmente a análise de 194 países para estabelecer uma classificação das condições de vida. A análise inclui custo de vida, lazer e cultura, economia, ambiente, liberdade, serviço de saúde, segurança e clima. Este ano, os dez melhores são, por ordem decrescente: França, Austrália, Suíça, Alemanha, Nova Zelândia, Luxemburgo, Estados Unidos, Bélgica, Canada e Itália.
A França, apesar da insuportável burocracia, segundo a revista, impõe-se pela qualidade da assistência médica, considerada a melhor do mundo.
Entre coisas como a capacidade de ultrapassar a crise financeira internacional, as férias pagas, o custo da habitação, a qualidade da urbanização e a segurança social, destaco as razões que justificaram a classificação da Suíça, dos Estados Unidos, Bélgica e Canada.
Sobre a Suíça diz: Entre num combóio e saiba que chega à hora certa. Tome um comprimido e saiba que não será intoxicado. Também sabe que o banco será sempre discreto e o quarto do hotel imaculado. A Suíça deve o sucesso a ter feito tudo funcionar.
Os Estados Unidos são o país da conveniência. Em mais nenhum lugar da Terra é mais fácil conseguir o que se quer e quando se quer.
Cheia de parques, Bruxelas é a mais verde capital da Europa. O município, não só esteriliza gatos, como arranja alguém para os alimentar. A principal biblioteca tem um serviço para contar histórias em linguagem gestual a crianças surdas. E os deficientes assistem a eventos culturais com enormes descontos.
O Canada, que tem bancos mais suíços que os suíços, não oscilou com a crise financeira e tem um mercado de imobiliário em ebulição.

Tudo é relativo, incluindo a forma de apreciar a bondade das características de cada lugar. Não estou completamente seguro, por exemplo, de que o francês, ou o suíço, são mais felizes do que o timorense. Parece boutade, mas não é. A felicidade, como alguém já disse e eu citei, não é um objectivo. Não se trabalha para a felicidade. A felicidade é um sub-produto de actividades que nada têm a ver directamente com ela. É matéria fluída, difícil de contextualizar. Com o devido respeito pela International Living, acho que o melhor lugar para viver é aquele onde cada um é feliz.

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