domingo, 24 de julho de 2011

O PREDADOR DE OSLO

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Moita Flores, comentando os atentados de Oslo, escreve hoje no “Correio da Manhã” que mais nenhum animal à superfície da Terra é um predador tão destrutivo quanto o homem. Efectivamente, não tenho conhecimento de animais que matem sem ser por razões de sobrevivência. Posso estar enganado, mas penso que não.
O homem também pratica a predação para sobreviver e fá-lo de forma sinistramente sofisticada, em contraste com os seus irmãos animais. Enquanto estes dependem da caça ocasional e aleatória, o Homo sapiens domestica presas em cativeiro que reproduz, cria e abate para se alimentar, por vezes em condições cruéis, como parece acontecer em alguns aviários e outras indústrias agro-pecuárias. A necessidade dos animais se matarem uns aos outros para sobreviver é um dos mistérios da biosfera que leva muita gente a contestar a ideia da criação inteligente do universo.
Mas mesmo admitindo tal aberração como natural, como insinua Moita Flores há uma ordem, um critério, até uma ética, na forma como os animais predadores se comportam. A excepção é o homem, que mata por motivos ideológicos, emanados do seu encéfalo muito avançado, capaz de produzir ideias e fazer raciocínios. Diz-se que a natureza não dá nada de graça e quase todos os dias podemos observar o rigor de tal afirmação. A natureza deu-nos a mente que temos, capaz de nos levar à Lua e organizar sociedades quase perfeitas, como a norueguesa, e com ela a capacidade de praticar as maiores enormidades. São uma pequena percentagem os que usam o poder da mente para fazer grandes estragos nos semelhantes. Mas existem e temos que viver com isso. Mesmo os noruegueses.
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