quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"Alexander von Humboldt"
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O "Alexander von Humboldt" já apareceu neste blog. Volta hoje com a originalidade da cor das suas velas.
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A FÍSICA E O ORÇAMENTO

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Nas notícias de hoje lê-se o seguinte: O Governo vai congelar os salários dos funcionários públicos em 2012 e 2013.
Imediatamente a seguir, diz-se: Para já, quer a versão preliminar, quer o Documento de Estratégia Orçamental deixam claro que "a redução média em 5% dos salários do sector público ocorrida em 2011 irá manter-se em 2012, eventualmente com os aperfeiçoamentos considerados necessários." Daí que não seja de excluir a possibilidade de o Executivo reduzir de novo os salários dos funcionários públicos ou aplicar a sobretaxa extraordinária a 50% do subsídio de Natal, como aconteceu este ano.
Isto é, um vencimento congelado não pode subir, mas pode descer. Ou a notícia está mal redigida, ou a Física não se aplica à política orçamental.
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MANUTENÇÃO

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Um operário repara as fissuras que surgiram recentemente no monumento a Washington, na capital dos Estados Unidos
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A VIRTUDE DE ESTAR CALADO

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Depois de ter empatado com o Chipre a 4 golos, em Guimarães, e perdido com a Noruega por 1-0, comprometendo o apuramento para o Euro 2012, Carlos Queiroz atribui a culpa da situação actual da selecção ao Secretário de Estado dos Desportos, Laurentino Dias, e a Amândio de Carvalho, Vice-Presidente da FPF. E declara que, sem a sua intromissão, o apuramento para o Europeu, agora em espera, estaria garantido com ele, Queiroz, como seleccionador.
Naturalmente que ninguém pode provar o contrário e talvez fosse assim. Mas, se olharmos aos antecedentes do ex-seleccionador, ficam muitas dúvidas. Embora um bom adjunto, Queiroz nunca deu provas de ser treinador principal capaz. A sua carreira está aí para o demonstrar, eventualmente por falta de capacidade de estabelecer relações pessoais correctas com os jogadores. Por isso, e por atenção a Paulo Bento, não lhe fica bem vir agora dizer estas coisas. Em boa verdade, perdeu uma óptima oportunidade de estar calado.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O EMPENHAMENTO DE JARDIM

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Referindo-se à Madeira, Pedro Passos Coelho disse hoje que a situação que se vive no arquipélago obrigará a um grande empenhamento, não só de todos os madeirenses, mas do futuro Governo que vai ser empossado, no sentido de se resolver uma situação de desequilíbrio muito forte.
Para ser franco, não acredito que o Governo Regional, chefiado por Jardim, esteja disponível para o empenhamento que Passos Coelho espera. O programa vai continuar a ser o mesmo de há mais de 30 anos, se o Governo do Continente não se impuser. E com o devido respeito pelo Primeiro-Ministro, não estou a vê-lo a ser capaz de ter mão em Jardim. Se o fizer, devemos tirar-lhe o chapéu. Mas já tanta gente foi “embrulhada” pelo líder madeirense, que a esperança de que isso aconteça é bem pequena.
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DISCURSO DIRECTO

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Temos evidentemente um futuro. Mas não sabemos qual. Esse futuro depende cada vez mais de outros, dos vizinhos, do grupo do Euro, da União Europeia, dos Estados Unidos e até do resto do mundo.

António Barreto
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A PEDRA LASCADA DO RADAR

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O radar é um dispositivo que permite detectar objectos a longas distâncias, emitindo radiação electromagnética e detectando a que é reflectida pelos objectos. O primeiro foi construído em 1904, mas não servia para quase nada. Passou por várias fases e utilizações desde então. Com o melhoramento introduzido em 1939 por Watson Watt, no início da Segunda Guerra Mundial, foi possível construir aparelhos que detectavam com precisão a aproximação de aviões, a sua velocidade e direcção. Tal evitou muitas mortes, ao permitir pôr a população inglesa ao abrigo do efeito directo dos bombardeamentos alemães.
Antes da utilização do radar a detecção de aviões inimigos realizava-se por meios acústicos. Construíam-se complicados aparelhos para poder ouvir o ruído das aeronaves inimigas quando ainda estavam afastadas. As fotografias que se mostram em cima constituem exemplos curiosos de tais dispositivos. São ridículas, como provavelmente serão as dos actuais radares daqui por uns anos – é assim o progresso tecnológico.
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sábado, 8 de outubro de 2011

OCCUPY WALL STREET

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Um dia os pobres não terão nada para comer senão os ricos.

Cartaz exibido por um dos manifestantes em Wall Street
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AMAZONAS DO SÉCULO XXI

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OS 'CHARROS'

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A Holanda é uma terra encantadora, com hábitos e costumes estranhos, pelo menos para gente conservadora. Vem isto a propósito do anúncio do Governo de que, a partir de Abril de 2012, os coffe-shops onde se vende a cannabis só poderão fazê-lo se a percentagem do composto psico-activo, o tetrahidrocanabinol (THC), for igual a 15%, ou menor.
Parece que actualmente a generalidade do produto a ser vendido tem cerca de 16,5% de THC, o que passa a ser ilegal. É claro que ninguém sabe muito bem como vai ser feita a fiscalização e também não se impõem limites à quantidade de cannabis que cada um pode fumar. A lei sobre esta matéria é curiosa: diz ainda que cada produtor só pode cultivar cinco pés da planta, o que se destina a comprimir a oferta com a finalidade de reduzir o consumo, embora este seja livre.
E para finalizar, prevê-se que a partir do próximo ano a entrada de turistas seja proibida nos coffee-shops, apesar destes serem uma das atracções turísticas da Holanda. Será para os estrangeiros não assistirem à dissolução dos costumes da terra, ou para impedir que se iniciem na prática de fumar charros?
Há claro embaraço dos governantes sobre o problema do consumo de drogas leves. Se lhes perguntarmos se a venda e consumo de drogas leves deve ser livre, a resposta provavelmente será: Claro, deve ser livre, mas...
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PALAVRAS SEM SENTIDO

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O Presidente da República, Cavaco Silva, desafiou hoje os portugueses a vencerem as previsões negativas do Banco de Portugal para a economia nacional em 2012. Este é o tipo de discurso que se pode dizer não fazer sentido.
Portugal está mergulhado numa das maiores crises financeiras e económicas da sua História, resultante de factores externos e internos. Para não cair na bancarrota, governa-se por regras espartanas impostas por organizações internacionais. A margem de manobra do Governo é estreitíssima. A dos cidadãos é quase nula. Pedir-lhes que vençam as previsões negativas do Banco de Portugal, que o Presidente reconhece como feitas por gente altamente qualificada, é atirar palavras ao vento.
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

IMAGEM E REALIDADE

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Dizem os periódicos que num estudo da Federação Internacional do Automóvel, realizado em 22 grandes cidades europeias, os motoristas de táxi de Lisboa aparecem no grupo dos melhores, com a classificação de Bom, a par de Barcelona, Berlim, Colónia, Milão, Munique e Paris.
Surpresa? Talvez não.
A imagem que geralmente se tem do serviço de táxis de Lisboa é muito condicionada pelo comportamento dos motoristas que prestam serviço no aeroporto. Quem já passou pelo azar de chegar de avião a Lisboa e foi uma ou duas vezes apanhar um táxi ao local das “chegadas”, teve forte probabilidade de ser mal recebido e servido. Os portugueses porque são portugueses - mais difíceis de explorar - e os estrangeiros, porque são estrangeiros, frequentemente enganados de mil e uma maneiras. São esses taxistas que arruínam a imagem da profissão, se é que são de facto profissionais. A restante classe é de forma geral cortês e disponível para prestar bom serviço, o que terá justificado a classificação agora atribuída.
O que fica por explicar é porque não conseguem as autoridades fiscalizadoras acabar de uma vez por todas com as práticas dos taxistas do aeroporto, verdadeira tradição que nos deixa mal vistos logo nos primeiros passos do recém-chegado a solo pátrio. Sem querer “bater mais no ceguinho”, confesso que pior só vi na Grécia.
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É ASSIM A POLÍTICA...

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...e continuará a ser...
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

FALAR CLARO

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No discurso das comemorações do 101º aniversário da implantação da República, o Presidente Cavaco Silva disse que acabaram os tempos de ilusões. Infelizmente, apesar de até bem recentemente os portugueses ouvirem o contrário, faça-se a justiça de dizer que o aviso chega tarde. O País já percebeu, e percebeu depressa, que ilusões só no circo.
Mas acrescentou também o Presidente que temos de viver em austeridade digna. É uma bela expressão esta da austeridade digna. Na realidade, aquilo que calha a muitos compatriotas é passar as maiores privações. Não cabe agora dizer de quem é a responsabilidade disso. Mas é um facto que já existe muita miséria e vem aí mais. E, em vez de ouvir palavras de recorte literário, era melhor chamar as coisas pelo nome. Não resolve mais, mas dá aos que sofrem a miséria, pelo menos, a informação de que a sua situação é conhecida e reconhecida.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

EÇA DESCOBRE O TELEFONE

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Começa a falar-se, com seriedade e espanto, numa nova descoberta americana, o telefone: é um telégrafo para a transmissão do som. Esta ideia, que nasceu em 1861, tem tido um progresso tão fecundo que há dois meses já se apresentaram perante as provas públicas dois sistemas rivais. O mais perfeito, parece, é o do Dr. Bell. O seu aparelho, que tem a aparência de um sistema telegráfico e um princípio electromagnético, transmitiu sons, numa última experiência, feita a cento e quarenta e três milhas; não só o som da voz chega perfeitamente claro, mas distinguem-se as inflexões mais leves. A experiência foi realizada em Boston e Conway, e àquela forte distância distinguia-se uma rabeca de um violoncelo; o rumor, as conversações, as risadas das pessoas que estavam junto do aparelho em Boston eram ouvidas em Conway com a distinta e exacta nitidez com que se ouve numa torrinha o que se canta no palco. Calcula-se que se poderá fazer chegar o som a transatlânticas distâncias. Em Filadélfia organiza-se um concerto experimental, em que o público estará a cinquenta milhas dos artistas.

Eça de Queirós in "Crónicas de Londres"
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DAIMLER

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Daimler Double-Six 50 Corsica Drophead Coupé
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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

BARALHAR O POVO

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Alberto João Jardim diz que “ou o povo madeirense se agacha a estas campanhas de Lisboa que nos procuram pôr mal perante todos os portugueses para disfarçar as asneiras que fizeram e fazem em Lisboa, ou nós damos uma sova no Governo de Lisboa com uma votação esmagadora e nunca mais eles vão-se atrever ou tentar humilhar o povo madeirense”.
De que campanhas de Lisboa fala Alberto João Jardim? Da dívida da Madeira que ultrapassa tudo o que é legítimo? Aí, talvez tenha razão porque o Continente não se portou melhor no tempo dos socialistas. Mas Jardim tem um calcanhar de Aquiles de que prefere não falar nos discursos da campanha eleitoral: a forma indesculpável como contraiu dívida sem dar cavaco a Portugal; isto é, fê-lo encapotadamente, aldrabando as contas da Região.
Agora, dá desculpas nada convincentes, mas prefere não falar disso. Sobretudo, pretende que se esqueça o facto, que foi grave, pois deixou-nos expostos à suspeita internacional sobre o rigor da contabilidade das contas públicas portuguesas. Esse é o motivo principal das “campanhas de Lisboa”. Mas o candidato mistura alhos com bugalhos para confundir os eleitores.
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domingo, 2 de outubro de 2011

TERRA QUEIMADA

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Com razão ou sem ela, os sindicatos prometem uma semana de greves entre 20 e 27 de Outubro. É mais um passo para o empobrecimento do País que já está muito mal. O espectro da Grécia é agitado diariamente, mas os sindicalistas parece não se impressionarem.
Será mesmo um objectivo o cenário grego? Política de terra queimada? Se não é, parece.
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NA TERRA DO TIO SAM

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Venda de leite porta-a-porta em Nova Orleães - 1903
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