terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CIÊNCIA QUASE OCULTA

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Que idade tem o Universo? Boa pergunta esta porque a matéria é objecto de controvérsia mitológica, religiosa, e até científica. Sir Isaac Newton suspeitava que era de alguns milhares de anos. Mero palpite! Einstein dizia que o Universo não tinha idade porque era eterno; outro palpite!
Em 1929, pela primeira vez, conseguiu-se ter ideia aproximada do número, embora o “aproximada” neste caso possa corresponder a uma amplitude de erro de milhões de anos. Para perceber como se chegou lá, recorde-se um fenómeno físico conhecido. Quando estamos na gare da estação de caminho de ferro e se aproxima um comboio, ouvimos o som em crescendo: ooooooEEEEEE! Quando o comboio parte, o som chega-nos em decrescendo: EEEEEEoooooo! É o Efeito Doppler que ocorre também com a luz. Se uma fonte luminosa se aproxima, parece a quem a vê que tem frequência crescente, cada vez menos vermelha e mais violeta. Se se afasta ocorre o inverso.
Pois, em 1929, a observação de galáxias distantes permitiu perceber que a sua luz se comportava como estando a afastar-se. Significa isso que o Universo se expande; e se está a expandir-se, está a expandir-se a partir de alguma coisa; logo é finito. Chegados aqui, perguntar-se-á: muito bem, é finito; mas afinal que idade tem?
Estudos radioactivos na Terra permitem calcular a sua idade em 4,5 mil milhões de anos, significando isto que o Universo tem, pelo menos o dobro dessa idade porque, antes de se formar o Sistema Solar, teve de se formar a nossa galáxia, a Via Láctea, e tal levou, provavelmente, alguns milhares de milhões de anos. Múltiplas medidas da distância das estrelas e avaliação do desvio para o vermelho da respectiva luz, em consequência do Efeito Doppler, permitem ter ideia tosca da sua idade; e o grupo de estrelas mais velhas que se consegue avaliar é de há 12/15 mil milhões de anos. Seguramente menos de 20 mil milhões. O número mais consensual na actualidade é de cerca de 14 mil milhões. Bonita idade!
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