quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"David Evans"
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O “David Evans” é uma escuna de quatro mastros e 60 m de comprimento construída em 1901.

SOMOS 7 MIL MILHÕES!

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O homem que nasce num mundo já ocupado – se não recebe a legítima subsistência dos pais, e se a sociedade não aceita o seu trabalho, não tem direito a mínima porção de alimento.
No banquete da natureza não há lugar para ele. Esta diz-lhe que parta e rapidamente executa a ordem, se não trabalhar por compaixão dos comensais. Mas se estes lhe dão lugar, imediatamente aparecem novos intrusos a pedir outro tanto. A fartura que antes reinava transforma-se em escassez; e a felicidade dos hóspedes da natureza desaparece perante o espectáculo da miséria no salão.

Thomas Malthus in “Essay on Population” (1803)
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Quando nasci, há 72 anos, a população mundial, contando comigo, era de 2.285.120.517 almas, segundo as Nações Unidas - números redondos, cerca de 2 mil e 300 milhões (ver gráfico em cima). Em 2011, chegámos aos 7 mil milhões, ou seja, desde que nasci aumentou quase 5 mil milhões, mais precisamente, 4 mil e 700 milhões - mais do que duplicou! E, se olharmos para o gráfico, vemos que em 2050 se esperam mais de 9 mil milhões. E também que no ano de 1500 era apenas de 500 milhões e se manteve praticamente inalterada durante 250 anos. 
Que dizer, depois de ler Malthus? Por mim, não digo nada, mas ouço muita gente a falar disto. Em primeiro lugar, a emitir opinião sobre se se deve fazer alguma coisa, ou se não de deve fazer nada e deixar correr o marfim. Admitindo, como está previsto, que em 2100 serão quase 16 mil milhões, a continuar nesta velocidade de cruzeiro, é difícil ficar tranquilo e deixar correr. Se a duplicação que se verificou durante a minha vida tivesse sido bem encaixada, tudo bem. Mas tal duplicação de população correu com múltiplos muito maiores dos problemas. Por muito que se tenha esperança disso, a humanidade não corresponde às expectativas dos optimistas.
Se se admite controlar a natalidade, ninguém está de acordo como o fazer. Há duas ideias dominantes para este problema: tomar medidas directas - desde a persuasão até à imposição, como na China e Índia - ou indirectas, consistindo estas, principalmente, em melhorar o nível cultural, laboral, legal e económico das sociedades, sobretudo das mulheres, visto que já se demonstrou tal conduzir à diminuição da natalidade (veja-se o caso da Europa).
O problema é saber se isso é exequível, quanto tempo demora, e se temos margem para esperar. Receia-se que o optimismo humanista e bem intencionado de alguns venha a traduzir-se em muita injustiça, muito  sofrimento e nenhuma virtude. Veremos, ou verão os que cá estiverem, se a felicidade dos hóspedes da natureza não desaparece perante o espectáculo da miséria no salão, como falava Malthus.
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LARANJA DE MANHÃ É OURO

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A HISTÓRIA REPETE-SE

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Um dos maiores carnívoros - embora não o maior - que habitou a Terra foi o Tyrannosaurus rex, que reinou na América do Norte no fim do período Cretácico, há mais de 65 milhões de anos. O enorme crânio deste terápode tinha 1,5 metros e era contabalançado pela longa e pesada cauda. A maxila, guarnecida com dentes terríveis, podia dar dentadas devastadoras. A poderosa besta era um dinossauro tirano de meter medo. Até hoje foram recuperados cerca de 30 exemplares, alguns dos quais quase completos. Em minha opinião, ainda andam por aí bastantes Tyrannosaurus rex intactos, nas empresas públicas, nos bancos, em escritórios de advogados, no futebol, e por aí fora.
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VÉNUS

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Recentemente, referimos que um dia em Vénus dura o equivalente a 243,018 dias da Terra; mais do que um ano do planeta. Estes números foram determinados em 1990. Mas agora, a Agência Europeia Espacial constatou que o valor está a aumentar: mais seis minutos e meio num dia. Provavelmente, porque a resistência da atmosfera é maior e os ventos contrários estão a desacelerar a “bola”.
Este facto é importante para as missões de exploração de Vénus. É que uma missão enviada da Terra pode chegar lá e atingir um local a 20 km do pretendido porque o alvo está a mover-se mais lentamente.
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COSTA ALLEGRA

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O "Costa Allegra" com mil pessoas a bordo é rebocado para as Ilhas Seicheles por um navio de pesca francês.
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Dartford"
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O “Dartford” foi construído em 1877, em Sunderland, no Reino Unido. Foi cargueiro e navio de treino durante alguns anos. Saiu do serviço activo em 1920 e, em Fevereiro de 1921, foi encalhado e abanonado em Rangitoto, Nova Zealândia.
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FILA INDIANA

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(28-02-2012)
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Parece que a expressão "fila indiana" não tem a ver com os naturais da Índia, mas sim com os indígenas da América do Norte que, nas deslocações guerreiras, caminhavam uns atrás dos outros, como as formigas.
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QUEIMAMOS OS ÚLTIMOS CARTUCHOS?

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Voltando à conversa dos predadores humanos, complete-se a informação sobre os Estados Unidos. Naquele País, de todos os animais que morreram de causa conhecida, 52% sucumbiram às mãos do homem.
Relativamente aos animais de médio e grande porte, 30% foram abatidos por caçadores legalizados e 5% morreram vítimas de caçadores ilegais. Os carnívoros e omnívoros são mais mortos pelo homem que os herbívoros, assim como as espécies grandes, sendo as pequenas abatidas sobretudo por outros predadores.
Quanto a outras causas de morte dos mamíferos, a predação por outros animais representa 35%, a doença mata apenas 4%, a fome 3% e o conjunto de outras causas 6%.
Matando o homem tantos exemplares de mamíferos, pela caça legal e furtiva, pelo abate e por atropelamento, cabe perguntar se tal não influencia e distorce a selecção natural. Estamos a seleccionar artificialmente gerações e a alterar o que seria um processo natural diferente. Por exemplo, há peixes em áreas de pesca intensiva que vão perdendo peso e dimensão porque são mais difíceis de caçar e menos atractivos para os pescadores, embora percam características importantes contra outros predadores. É tempo de reflectir sobre o impacto da nossa acção – é que não está previsto que a espécie humana vá acabar já amanhã e possa andar a queimar alegremente os últimos cartuchos!

A SOMBRA DO INFANTE

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SEGREDOS DA NATUREZA

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Quase todas as espécies animais conhecidas têm aproximadamente o mesmo número de seres do sexo masculino e feminino: não exactamente, mas próximo disso. Não se verifica, por exemplo, a ocorrência de 30% dum sexo e 70% do outro. Dir-se-á que é natural porque o sémen do macho tem metade dos espermatozóides com cromossoma X e outra metade com cromossomas Y e, pela lei das probabilidades, o resultado natural é esse. 
Contudo, o raciocínio é matemático e não biológico e, de acordo com o que sabemos sobre a evolução das espécies, há casos em que as coisas, aparentemente, deveriam ser diferentes. Por exemplo, as morsas têm a particularidade dos exemplares masculinos, na sua maior parte, morrerem virgens por ausência durante toda a vida de contactos sexuais com as fêmeas. É situação biologicamente aberrante porque pequena percentagem de seres do sexo masculino asseguram a sobrevivência da espécie, sendo a parte restante um peso inútil que consome recursos e não serve para nada em termos do interesse da população. Deveria haver qualquer coisa do tipo de 10% de machos reprodutores e 90% de fêmeas, chegando-se a tal proporção através de mecanismos de evolução capazes de eliminar os menos aptos, neste caso os não reprodutores. O raciocínio parece correcto mas não está. Porque, apesar dos não reprodutores não terem descendência, a característica não reprodutiva continua a manifestar-se nos descendentes dos reprodutores. Isto é, não fica claro que a ausência de capacidade de reprodução seja uma característica genética.
Especulando, os “estéreis” podem ter papel que nos escapa na sobrevivência da espécie, digo eu. Qualquer coisa do tipo da defesa colectiva, do suporte aos jovens e às fêmeas, da resistência às condições ambientais rigorosas, blá, blá, blá. Gostava de saber, mas não sei.

UMA GAIVOTA NO NEVOEIRO

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                                                              (28-02-2012)
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Danmark"
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O “Danmark”, com casco de aço, foi construído em 1932 para servir como navio escola da Marinha Mercante dinamarquesa. Durante a II Guerra Mundial foi cedido aos Estados Unidos para treino de cadetes da Guarda Costeira. Embarca 15 tripulantes permanentes e 80 instruendos.  Tem 60 m de comprimento, três mastros e 26 velas.

BERTOLD BRECHT

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Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão a levar-me
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.



Fechas uma janela e és multado porque é ilegal.
Constrói-se um bairro de lata e ninguém vê!
Não me importo com isso porque...
Descontas para o IRS a partir de Janeiro e só recebes o excesso em Agosto do ano que vem.
Não pagas às Finanças e passado um dia estás a pagar coima e juros.
Não me importo com isso porque...
Blá, blá, blá...
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CURIOSIDADES CÓSMICAS

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Um dia em Vénus, isto é, a rotação completa em volta do seu eixo, dura 243 dias da Terra, ou 5.832 horas. Curiosamente, mais do que um ano em Vénus (a volta completa ao Sol), que se faz em 224,7 dias da Terra. O planeta do Sistema Solar com o dia mais curto é Júpiter, onde dura apenas 9,8 horas.
E alguns astrónomos pensam que existe mais um corpo celeste a orbitar em volta do Sol, numa órbita exterior à de Plutão. Será um planeta ou uma estrela anã castanha, a Nemesis.

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OUTRA VEZ?!!!

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Mais um navio da "Costa Cruzeiros" com problemas: o "Costa Allegra" está à deriva ao largo das Seicheles, depois de ficar sem propulsão, na sequência dum incêncio a bordo. Não pode ser só azar!...
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FÓSSIL DO PALEOLÍTICO SUPERIOR

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TRECHOS QUE VALE A PENA CITAR

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[...] O projecto de regulamentação legal da ortografia é, em si mesmo, manifestação de um dos traços mais fortes da nossa cultura. Não seríamos portugueses se não gastássemos tempo e recursos numa discussão deste tipo. Apesar de alterarem a escrita, são os defensores das novas regras ortográficas quem realmente manifesta o fundo da nossa tradição.[...]


João César das Neves in “Diário de Notícias” 
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LARIDAE, LARI, GÉNERO LARUS

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Dalgonar"
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 O “Dalgonar”foi construído em 1892, pela  Southampton Navigation Works, Southampton, para Beazley & Co., de Liverpool, e serviu como cargueiro. Em 9 de Outubro de 1913, em viagem do Peru para o Chile, apanhou enorme temporal e a carga deslocou-se de tal modo que ficou em vias de se afundar. A tripulação abandonou o navio e, com excepção do capitão e mais três elementos, foi recolhida pelo navio francês “Loire”. O casco continuou a flutuar à deriva e viria a encalhar num recife de coral, a cerca de 5.000 milhas do local do acidente.
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CITANDO

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SERÁ VERDADE?

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ALMEIDA

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O GRANDE PREDADOR

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Os predadores apareceram na Terra há 500 milhões de anos. Os primeiros, pensa-se, foram organismos marinhos: um tipo qualquer de crustáceo, talvez um camarão gigante ou coisa parecida. Bastante mais tarde vieram os famosos dinossauros e depois os mamíferos com grandes dentes, como o tigre e o lobo. Há cerca de cem ou duzentos mil anos, chegou o mais poderoso de todos: o homem! Não tem grandes dentes, nem garras afiadas, nem mordedura venenosa, mas possui inteligência e o engenho necessário para fabricar ferramentas e armas mortais. E, ao mesmo tempo que se tornou grande caçador, começou a criar animais em grande escala. Dizimou aves, as grandes manadas de bisontes americanos, criou frotas de pesca que apanham mais peixe do que o sustentável, quase fazendo desaparecer espécies como o bacalhau, e matando mais mamíferos na América do Norte que todas as outras causas de morte juntas.
Mas, do ponto de vista biológico, a actividade que alimenta a nossa voracidade é uma excepção na vida animal. A evolução tem dotado as presas tradicionais de meios para se defenderem. Por exemplo, à medida que os predadores carnívoros correm mais, também elas se tornam mais rápidas. Os carnívoros desenvolvem dentes fortes e perfurantes, e os herbívoros aparecem dotados de chifres para se defenderem. Também o aumento do porte impede a eficácia dos felinos – o volume do bisonte torna a sua caça difícil porque a boca do predador não tem dimensão para o seu pescoço. Alguns carnívoros caçam em grupo e os herbívoros defendem-se e passam a viver em manada. Mas, curiosamente, contra o homem não se observa nenhuma evolução clara de modo a tornar as suas vítimas mais seguras. Pelo contrário, em certos casos, como o elefante, as presas defensivas tornam-no mais atraente para o homem que busca o marfim.
Esta falta de adaptação à defesa contra o predador homem/bicho intriga os investigadores. Nem as defesas mais engenhosas, como a produção de substâncias tóxicas, tem eficácia se o homem tem apetência para a espécie. Alguns caranguejos, embora muito saborosos, contêm compostos de paladar repugnante. Mas o homem já percebeu que tais substâncias se acumulam apenas em certos órgãos que remove, permitindo-lhe saborear o banquete.
Em termos de evolução, as presas do homem não têm espaço de manobra. Segundo o Prof. Vermeij, especialista nestas coisas, tal representa um desvio cataclísmico para as espécies vítimas cuja importância só agora começamos a perceber.
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NÃO É SÓ COM O SUOR DO ROSTO QUE SE GANHA O PÃO

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O quadro aí em cima é feito com base em dados da OCDE. Como pode ver-se na primeira coluna, os gregos são os trabalhadores da Europa que trabalham mais horas por ano. Portugal está em nono e a Alemanha nem lá figura. Aliás, a Alemanha figura em segundo lugar na terceira coluna, na lista dos países onde menos horas se trabalha. Surpreendentemente, também só está em sétimo lugar, na segunda coluna, relativa à produtividade. Neste capítulo, Portugal está em sexto lugar e a Grécia em oitavo na última coluna, relativa à menor produtividade.
Resumindo e concluindo, trabalhar bem e ter boa organização  é o segredo do sucesso social. Muito suor pode não adiantar nada.
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O INEFÁVEL ADOLF!

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[...] O cruzamento de dois seres sem o mesmo padrão superior produz uma média entre os padrões dos pais. Tal significa que o filho estará num patamar racial superior ao progenitor inferior, mas não tão elevado como o progenitor superior. Consequentemente, sucumbirá mais tarde na luta contra o nível mais elevado. Tal reprodução vai contra a vontade da natureza de apurar a geração como um todo no sentido do padrão superior. O meio não é misturar o superior com o inferior, mas antes a vitória completa do primeiro. O mais forte deve dominar e não fazer amálgamas com os mais fracos e sacrificar a sua grandeza. Só os fracos consideram isto cruel, mas nisso são só seres humanos fracos e limitados; porque, se esta lei não fosse dominante, todo o desenvolvimento concebível no sentido de níveis superiores dos seres orgânicos vivos seria impensável para o homem. [...]


Adolf Hitler in “Mein Kampf”, Capítulo XI – Nação e Raça
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A 523

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O navio hidrográfico da Armada "Almirante Gago Coutinho" navega no Tejo
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TRECHOS QUE VALE A PENA CITAR

[...] com as eventuais excepções da Praça Tahrir, no Cairo, e de Cabul inteira, o sambódromo do Rio em época carnavalesca afigura-se-me como um dos lugares do planeta a evitar a qualquer custo. [...]


Alberto Gonçalves in “Diário de Notícias”
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MARCHA PARA PORTUGAL

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ESCORREGAR EM COIMBRA


Quem escorrega também cai!
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sábado, 25 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Caledonia"
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O “Caledonia” foi construído no Canada em 1947. Está convertido em navio de turismo, realizando cruzeiros na costa americana. Tem 74,7 m de comprimento, 9,14 m de boca, 4,57 m de calado e 31 cabines.

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HIGGS

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Frequentemente lemos e ouvimos falar sobre a partícula de Higgs, o bosão de Higgs, o campo de Higgs, blá, blá, blá. É minha convicção que muitas pessoas não fazem ideia do que se trata. Não me refiro ao rigoroso conceito matemático e de Física teórica e quântica, mas a uma ideia simples e tosca do que são essas coisas.
Primeiro é preciso dizer o que é a massa dum corpo: massa é a quantidade de matéria que existe nesse corpo. E essa matéria mantém-se agregada por alguma razão. Tanto quanto se conhece a organização e funcionamento das partículas fundamentais que formam a matéria – os átomos, os protões, os quarks, os leptões, e essa trapalhada toda -, elas deviam fugir umas das outras numa corrida desenfreada, à velocidade da luz, não formando coisa nenhuma. Mas mantêm-se ordeiramente agregadas, formando penicos, flores, a Paris Hilton, o Silvio Berlusconi e o eng. Sócrates! Porquê?
É aqui que entra o Prof. Higgs, que vive em Edimburgo com os seus oitenta e tal anos. De acordo com professor, o mundo tem de estar completamente cheio de pequenas partículas, que são as partículas com a mesma graça dele e por causa dele, também chamadas bosões para fazer mais toilette, responsáveis pela resistência que impede as partículas fundamentais de andarem por aí a fugirem umas das outras. Tais partículas formam o chamado campo de Higgs que não é mais do que o espaço onde existem e actuam. Como se pode explicar o modo da sua acção? Não é fácil para um cidadão como eu, mas tentarei.
Imagine-se um homem a caminhar numa praça durante o Verão: pode fazê-lo facilmente. Vejamos agora o que acontece no Inverno se a praça estiver coberta com um metro de neve. Os pés enterram-se na neve e o atrito que produz oferece dificuldades à marcha. Aí está o campo de Higgs. É mais ou menos o que ele faz às partículas fundamentais. No fundo, é um empata!
Só que bosão de Higgs nasceu na cabeça dele e, por enquanto, é apenas uma coisa teórica. Principalmente por causa dele foi construída essa maravilha descomunal do acelerador de partículas de Genebra (CERN) onde protões são acelerados até próximo da velocidade da luz e depois atirados uns contra os outros. Fica tudo escaqueirado e o trabalho dos cientistas consiste em analisar os “cacos”, na esperança de encontrar o bosão no meio daquela trapalhada toda. O problema é que a análise tem de ser dirigida para partículas com massa determinada. Como nem sequer se sabe se o bosão existe, muito menos se sabe que massa tem. Então, a pesquisa é feita por tentativa e erro, escolhendo espectros limitados de massa até acertar. Se alguma vez se acertar!
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UMA GAIVOTA VOANDO, VOANDO...

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ASSIM SOMOS INFORMADOS

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.Alguns jornais e poucas televisões falam duma sondagem efectuada pela YouGov Siraj segundo a qual 55% dos sírios apoiam Bassar al-Assad e querem a sua continuação no poder. Surpreendente? Claro! Só falta saber como foi feita a sondagem.
A pergunta era “Na sua opinião deve o Presidente Assad da Síria demitir-se?”, e foi feita através da Internet, tal como a recolha das respostas (!).
Foram recolhidas 1.000 respostas de 18 países do Norte de África e Médio Oriente. Na Síria, só 18% da população tem acesso à Internet. Feitas as contas, há um total de 97 cidadãos sírios entre os 1.000 participantes.
Em resumo, num país com perto de 20 milhões de almas, ouve-se a opinião de 97 cromos constituintes da minoria de 18% que tem acesso à Net e tiram-se conclusões que fazem cacha no The Guardian, no New York Times, na Al Jazeera, em número indeterminado de blogs, jornais regionais, paroquiais, bestiais, colossais e outras coisas terminadas em ais.
Ou estou a ver mal a questão, ou está tudo “marado”. 

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O REPÓRTER DA CIDADE

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TRECHOS QUE VALE A PENA CITAR

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[...] No modelo que existe temos uma economia sequestrada por uma reduzidíssima minoria eleitoral, que à custa de membros das suas cúpulas infiltrados em organizações laborais conseguem paralisar o país, contra a vontade do país. E tudo isto com menos de 7% do voto nas últimas eleições gerais e números residuais nas autárquicas. Gente que nos quer convencer que no Terreiro do Paço cabem trezentas mil pessoas quando nem cem mil lá metiam por muito empurrados que fossem. [...]


Mário Crespo in “Expresso”
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ALEIJÃO

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Amanda"
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BENJAMIM DISRAELI, LORD BEACONSFIELD

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[...] De raça oriental, teve sempre o amor do fausto, das pedrarias, dos ricos tecidos, da pompa; os seus romances transbordam de descrições de palácios, de festas perante as quais as mais ricas galas de Salomão são como desbotados cenários de teatro de feira; o seu estilo ressente-se deste gosto: é um sumptuoso estofo, com recamos de ouro, cravejado de jóias, cintilante e espesso, caindo em belas pregas ao comprido da ideia. O dinheiro, o ouro, preocuparam-no sempre, menos pela sua influência social que pelo mero esplendor da sua amontoação. Os seus heróis possuem fortunas tão prodigiosas que seriam impossíveis nas condições económicas do mundo moderno; Lotário, o famoso Lotário, querendo dar um presente de anos a uma senhora católica oferece-lhe uma catedral toda de mármore branco, que ele mandou construir e que dedicou à santa do nome dela; o seu custo excederia decerto dois mil contos fortes. Confessemos que é chique. Pois bem: presentes destes dava-os Lotário todos os dias. O banqueiro Sidónia, uma das mais curiosas criações de Lord Beaconsfield, querendo dar ao seu amigo Tancredo uma carta de crédito para os banqueiros da Síria redige-a deste modo: «Pague à vista ao portador tanto ouro quanto seria necessário para reconstruir os quatro leões de ouro maciço que ornavam a porta direita do Templo de Salomão. Também muito chique.
Estou certo que um dos grandes prazeres de Lord Beaconsfield era poder manejar os milhões de Inglaterra. Todos os seus ministérios custaram caudalosos rios de dinheiro; gastava o ouro como a água – e dava-se ao luxo de realizar por si, e à custa do seu país, as larguezas épicas do seu banqueiro Sidónia. Mesmo quando estava no poder, estava ainda no romance. [...]
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Eça de Queirós in "Cartas de Inglaterra
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ÁGUA

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Portugal está seco. Não chove, prontes! E isto de seca não é brincadeira. Li hoje que a civilização Maia Clássica desapareceu em consequência de uma seca que nem foi coisa por aí além.
Tal civilização, conhecida pela sua arquitectura, floresceu no que é hoje o Sul do México e Guatemala até aproximadamente ao ano 950 DC, quando entrou em rápido declínio. Cientistas britânicos e mexicanos fizeram o estudo do que terão sido os fenómenos de evaporação e de chuva entre os anos 800 e 950 e verificaram que uma modesta redução da chuva anual, da ordem de 25% a 40%, foi suficiente para esgotar as reservas de água locais.
Seguiu-se o abandono das cidades, graves rupturas sociais e o declínio. A água é um dos maiores bens da vida animal. Sem nos apercebermos lucidamente disso, tem comandado a humanidade desde os mais remotos séculos. E vai continuara a comandar.


A 522

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O navio hidrográfico da Armada "D. Carlos I" navega no Tejo (23-02-2012)
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"CHALLENGER DEEP"

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O “Center for Coastal and Ocean Mapping” (CCOM), dos Estados Unidos, fez o mapeamento completo da fronteira da placas tectónicas do Pacífico e das Filipinas, que tem cerca de 2.500 km de comprimento. Tal fronteira inclui o lugar mais profundo de todos os oceanos e a sua profundidade foi agora medida com o maior rigor de sempre, usando sonares de navios hidrográficos que permitem “varrer” o fundo do mar perpendicularmente à marcha do navio. O “Challenger Deep”, ou Desafio Profundo, encontra-se a 10.994 metros da superfície e foi visitado uma única vez, em 1960, por Don Walsh e Jacques Piccard, a bordo do batiscafo “Trieste”.
É extraordinário que tal região fique a maior profundidade que a altitude do ponto mais alto da Terra, o Monte Evereste. Local importantíssimo do ponto de vista geológico, por estar na fronteira de duas placas tectónicas, das Filipinas e do Pacífico, fronteira com fenómenos fascinantes de subducção.
Chama-se subducção ao fenómeno da entrada de uma das placas por baixo da outra, neste caso da do Pacífico por baixo da das Filipinas. Naturalmente que as montanhas da placa que entra para baixo são um obstáculo ao movimento dessa placa. As observações mostram que tais relevos são em parte arrasados, ficando grandes quantidades de material depositado na vizinhança da fronteira: um tipo de terraplanagem tectónica, ou gigante, melhor dizendo.
Neste momento, encontra-se em organização uma “corrida” de quatro empresas para ver quem chega primeiro, e de novo, ao Challenger Deep”.  Evidentemente, sendo um feito extraordinário chegar a tal local, não se compara com o de Walsh e Picard, que chegaram lá sem informação do perfil geológico do local, se compararmos com o que se passa hoje, e sem os recursos técnicos actuais – gente de barba muito rija! 
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Alma Doeper"
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O “Alma Doeper” é uma escuna de casco em madeira, construída na Austrália em 1903 para serviço de carga costeiro. Durante a II Guerra Mundial, foi requisitada para fazer serviço militar. Em 1975 foi convertida em navio de treino para jovens e assim continua a operar. Tem 45,6 m de comprimento, 8,1 m de boca e 2,3 m de calado. Desloca 235 toneladas.
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"MAR DANIELA"

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O navio tanque "Mar Daniela" a navegar no Tejo hoje, em manhã de neblina.
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O PRINCÍPIO DA MEDIOCRIDADE

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A humanidade é apenas escória química dum planeta de dimensão modesta, em órbita à volta duma estrela média, nos subúrbios de uma das centenas de milhares de milhões de galáxias que existem no Universo. Esta frase arrasadora é a afirmação típica do que se chama Princípio da Mediocridade.
Tal como o Principio de Copérnico, que acabou com a ideia da Terra como centro do Universo, o Princípio da Mediocridade acaba com a ideia antropocêntrica, ao defender que a vida na Terra, homem incluído, depende de umas quantas moléculas, em grande parte comuns a todos os astros, e que as leis da ciência que conhecemos se aplicam a tudo, em toda a parte. Com tempo, é razoável esperar o aparecimento de vida em muitos locais do Cosmos, sendo possível que já exista. Tal ideia foi reforçada pela descoberta de Hubble, da enorme dimensão do Universo, muito maior do que se imaginava.
O homem, segundo o Princípio da Mediocridade, não tem nada de especial. O conhecimento actual aponta para o facto de descender de um antepassado comum com o chimpanzé e o bonobo, de há seis milhões de anos, com os quais compartilha 98% do ADN. Embora nos anos 90 do Século XX ainda se acreditasse que tinha 300.000 genes, sabe-se hoje que tem apenas o modesto número de 24.000.
Naturalmente, o Princípio da Mediocridade como doutrina materialista, tem detractores. Não vou entrar na discussão. Falo dele porque parece ter o seu papel na Filosofia Científica. E sobretudo porque é um factor de humildade para o homem, coisa muito louvável.
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GRAFFITI

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Dispêndio do erário público na reparação dos danos desse vandalismo que alguns fomentam porque lhe chamam arte
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