quinta-feira, 31 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Andromeda"
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O navio "Andromeda" é uma bonita escuna de bandeira dinamarquesa
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CAVALARIA

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MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL

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CHARLIE HADEN QUARTET WEST - III WIND

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Norah Jones
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Constantia"
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O “Constantia” é uma escuna construída na Dinamarca em 1908, agora com bandeira sueca. Pertence à "Solnaship Foundation" e serve como navio de treino para jovens. Tem 23,05 m de comprimento, 6,14 m de boca, 2,1 m de calado e 305 m2 de pano.
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O CAIXOTE

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CUIDADO COM OS RELÓGIOS

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Vou num comboio à velocidade de 100 km por hora e atiro uma bola de ténis para a frente da carruagem à velocidade de 40 km por hora. Para um observador de fora da carruagem a bola vai à velocidade de 140 km por hora, está bom de ver: 100 + 40 = 140. Contas de merceeiro!
Vou no comboio do Zezito entre Poceirão e Caia, a metade da velocidade da luz - 540.000.000 km por hora - e disparo o flash da máquina fotográfica para a frente, para tirar uma fotografia ao revisor. A luz propaga-se à velocidade de 1.080.000.000 km por hora. Logo, para um observador de fora da carruagem a luz chega ao revisor a 1.620.000.000 km por hora: 1.080.000.000 + 540.000.000 = 1.620.000.000. Certo? ERRADO!!! A luz chega ao revisor a 1.080.000.000 km por hora, quer o comboio vá a 5, ou 10, ou 100 milhões de km por hora. É difícil medir, mas já se conseguiu – não na anedota do comboio, mas em circunstâncias adequadas que não interessam. A velocidade da luz é constante.
Todos sabemos que a velocidade é a relação entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la. Se essa trapalhada do comboio é verdade, então o tempo, ou a distância, são diferentes dentro dele e fora dele. E sabem uma coisa? São mesmo diferentes! Contrariamente ao senso comum, a distância e o tempo não são dimensões constantes.
Se formos num foguetão e atingirmos a velocidade da luz, ou próximo disso, levamos 5 segundos a apertar um atacador do sapato. Se um observador parado na Terra pudesse assistir à operação através de uma câmara de vídeo, via que levávamos horas a apertar o atacador, vejam lá! E, se andássemos bastante tempo nessa viagem, quando regressássemos à Terra tínhamos envelhecido 2 anos; mas, na Terra, tinham passado 200, isto é, tínhamos viajado no tempo para a frente!
Que grande confusão seria viver num mundo muito diferente, 200 anos à frente. Quero voltar para trás. Lamento informar mas, no tempo, só se viaja para a frente - não sei porquê, mas é assim: prá-frentex, como o Partido Socialista.
Uma trapalhada destas até tira o sono. Acho que o Einstein devia dormir mal. E, se calha, nem tinha relógio: para quê, se o tempo do relógio não é de confiança?
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JERÓNIMOS

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O NOVO 'PARADIGMA DO ECOSSISTEMA SOCIAL'

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Para quem nunca me leu, ou para os que me lêem pouco e representam uma minoria da humanidade, modéstia à parte, recordo os cisnes pretos que se considerava não existirem porque nunca alguém os tinha visto; até 1697, quando Willem de Vlamingh veio dizer que estavam na Austrália. O mundo abriu a boca e o cisne preto passou a representar o evento inesperado, imprevisível, com enorme impacto, que muda muita coisa, às vezes tudo.
Já falei também sobre o fenómeno da ciência progredir aos soluços, cada um, quase sempre, fruto dum cisne preto. Resumindo e concluindo, o que faz falta não é animar a malta, mas encontrar o cisne preto. Se possível, muitos.
Mas a ciência não tem o exclusivo do cisne preto, não senhor (e senhora). Em quase tudo na vida há tal ave à espera de ser descoberta. Em boa verdade, até há mais na tecnologia que na ciência. Exemplos não faltam. Alguém imagina como seria o mundo actual sem o Google? Ou, melhor, há dez anos alguém imaginava como iria ser o mundo com o Google? E o telemóvel? Em 2000, quem adivinhava que em 2010, na Índia, haveria duas vezes mais pessoas com acesso a um telemóvel que a uma latrina?
É verdade, cisnes pretos – himalaias deles - com urgência. Na política, por exemplo, quando se descobriu o último? Na Revolução Francesa? Na Revolução Russa de 1917? Acho que nem numa nem na outra havia cisnes, embora tivesse sido tudo muito preto. De toda a maneira, foi há muito tempo! Continuamos com os mesmos rousseaus, agora aburguesados, trampolineiros, descarados, oportunistas mal disfarçados, versão Teodorico “Raposão”.
A sociedade tem de investir e abrir a caça ao cisne preto, mesmo sabendo que por cada cem disparos do canhão só acerta numa Google ou numa Microsoft. Tem de criar – e agora vou usar uma expressão felicíssima, quase um cisne preto da linguagem prá-frentex actual – tem de criar, dizia eu, um novo paradigma de ecossistema social que encoraja a inovação e a assumpção do risco. Com esta me despeço por agora. E bem!
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MALEMA

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terça-feira, 29 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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O PADRÃO NO PADRÃO

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Bartolomeu Dias e Diogo Cão erguem um padrão
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'PROAS'

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LIXO: SER OU NÃO SER

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Vamos pôr-nos um desafio: definir lixo. Isso mesmo – dizer com precisão o que é lixo.
Pensando bem, é difícil. Lixo não é necessariamente uma coisa prejudicial, ou que provoque doença, ou esteticamente desagradável, cheire mal, seja contra a religião, semelhante a algum partido político. Nada disso. Naturalmente que para os serviços camarários é fácil porque aí os técnicos arranjaram um chavão: lixo são resíduos sólidos! Muito obrigado pela informação, mas não serve: o queijo é um resíduo sólido do leite e não é lixo. Talvez possa ser, mas analisar tal matéria é muito complicado neste momento.
Pode pensar-se que estou a perder tempo com uma inutilidade, o que até posso fazer dada a minha faixa etária, mas não estou. O lixo merece reflexão filosófica porque tudo que existe no planeta é importante – se não fosse, não estava cá – e o lixo não é objecto de muito respeito.
O homem, a criatura mais inteligente do universo até prova em contrário, começou a falar de lixo e agora não sabe o que é? Impossível! Tem de dizer o que é lixo, está bom de ver.
Por exemplo, o estrume cheira mal e geralmente é trampa de besta. É lixo? Depende. Depende?!!!...É relativo. Afinal, é fertilizante e pode alimentar as batatinhas a murro que acompanham o bacalhau à lagareiro. Estão a ver? Não o queremos no prato directamente, mas gostamos dele quando chega lá por portas travessas. É lixo? Não é! Mas não entramos em casa a pisar os tapetes persas com as botas cheias de estrume – aí é que está o problema.
Acho que estou a criar suspense excessivo e não devo; porque hoje aprendi o que é lixo e é minha obrigação compartilhar tal conceito filosófico fundamental com os que fazem o favor de ler este blog. Mas aviso já que foi preciso uma antropologista de nomeada, chamada Mary Douglas, autora de várias obras, para dizer à humanidade o que é essa coisa de que todos falam e ninguém sabe definir.
Então aí vai: Lixo é matéria fora do sítio.
Estavam à espera de quê? Vão dizer-me que nem toda a matéria fora do sítio é lixo; mas tenho dúvidas que não seja se assumirmos o termo num conceito amplo como merece. Pensem, por exemplo, no Relvas.
Só hoje tomei contacto com a matéria e ainda não tive muito tempo para reflectir. Mas vou fazê-lo e voltarei ao assunto quando tiver mais dados. Depois dou notícias.
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CÁPSULA 'DRAGON'

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Publicámos há dois dias a imagem do lançamento, de CaboCanaveral, a 22 de Maio, do foguetão Space X Falcon 9, transportador da cápsula Dragon destinada a Estação Espacial Internacional. A fotografia em cima, divulgada hoje pela NASA e feita pelo astronauta Andre Kuipers, da Agência Espacial Europeia,  mostra o interior da cápsula já acoplada à Estação Espacial.
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VELHO POSTE DE AMARRAÇÃO

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FALTA DE ÉTICA REPUBLICANA!

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Há dois dias, referi-me à polémica entrevista da senhora Lagarde, Directora do Fundo Monetário Internacional, em que, a respeito da Grécia, dizia estar mais preocupada com as crianças do Níger, em quem pensava muito, tal como pensava nos gregos que fogem ao fisco.
Naturalmente, os jornalistas, cuja maioria ganha a vida a sujar papel, não podiam perder uma oportunidade assim para sujar mais algum. As palavras infelizes da senhora Lagarde – sendo discutível se foram infelizes – resultaram hoje em mais uns tantos decímetros quadrados de papel borrado. O estilo é como se mostra na necropsia aqui em baixo.
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A senhora Lagarde não paga impostos, não obstante ganhar mais que o Presidente Obama! E porque não paga? Porque tem um amigo na repartição de finanças do bairro onde mora lá nos Estados Unidos que fecha os olhos ao facto de não fazer as declarações tributárias devidas? Porque é relapsa, e sempre foi, em sonegar informações ao fisco? Porque na administração fiscal há um funcionário superior com família num país assistido pelo FMI e a senhora Lagarde faz chantagem com ele? Estou convencido que deve ser uma coisa dessas e, como tal, é óptimo que os jornalistas apertem com ela. Ora essa!
É claro que há a estupidez do Artigo 34 da Convenção de Viena, estupidez que já dura há mais de 50 anos e foi assinada por 187 nações, entre elas os Estados Unidos, onde a infracção da senhora Lagarde está a ser cometida.
.Há?! E daí?! Que interessa isso? E porque não pede a senhora Lagarde a revogação do Artº 34 de tal aborto diplomático? Sim! Porque nunca pediu Madame a revogação?
São todos iguais! O único que escapa é o Dr. Soares que, não obstante ter direito a muitas mordomias por ter sido Presidente deste País riquíssimo, em nome de ética republicana abdicou de tudo e não quer nada: nem pensão, nem carro e respectivo guarda-freio com licença de Fórmula 1 da FIA, nem secretária, nem gabinete, e provavelmente, nem cartão de crédito ilimitado, digo eu.
Vivemos num mundo que mete nojo! Pf!...
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segunda-feira, 28 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Etoile du Roy"
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O “Etoile du Roy” é uma réplica, construída em 1996 na Turquia para figurar num filme, de uma fragata britânica de 1745. Faz viagens de turismo fretadas. Tem 46,30 m de compromento, 3.04 m de calado, 314 toneladas e 790 m2 de velas.
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DIDIER SQUIBAN

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Enez euza
Didier Squiban, francês nascido em Saint-Renan (Finisterra), pianista e compositor, combina a música da Bretanha com o Jazz e o romantismo clássico. Influenciado por Duke Ellington, Charlie Parker, Bill Evans, Debussy, Stravinsky, o som do seu piano é um privilégio para quem ouve. Voltaremos a ele.
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AIRLINER

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Céu de Lisboa
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UM CROMO JAPONÊS

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COMPREENSÃO INCOMPREENSÍVEL

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Einstein disse um dia, e suponho que já falei nisso em tempos, esta frase inspirada: a coisa mais incompreensível do universo é que o universo é compreensível. Contadas as coisas assim, cheira a boutade, mas não é tal.
O universo começou numa partícula onde residia toda a energia e massa que existem, libertadas de supetão, e ainda vive em enorme instabilidade, traduzida pela expansão permanente animada por essa explosão que ocorreu há cerca de 14 mil milhões de anos - o Big Bang. Mas os fenómenos da natureza decorrem segundo leis analisáveis e inesperadamente estáveis que nos permitem compreender o que se passa à nossa volta e até prever o que vai acontecer. No meio de tanta trapalhada que foi o Big Bang e as suas consequências, seria de esperar enorme variabilidade das leis da Física e a impossibilidade de as compreender, sistematizar e usar. Mas não: a Segunda Lei da Termodinâmica continua válida desde que foi achada há quase dois séculos e a Lei da Gravitação Universal há quase quatro séculos, para citar apenas dois exemplos.
Na realidade, no meio do aparente caos cósmico, há uma linha nos fenómenos ditos naturais que fazem pensar em condução inteligente, sem dúvida a fonte de todas as guerras filosóficas e religiosas; mas não científicas. É que, enquanto a filosofia e a religião contemporizam com convicções (mais palpites que opiniões), a ciência pára onde termina a capacidade de provar experimentalmente, o mesmo que dizer de conhecer empiricamente.
Eugene Wigner, Nobel da Física em 63, dizia que as ciências físicas e matemáticas são uma maravilhosa dádiva que recebemos, embora considerasse tal dádiva incompreensível e imerecida. Incompreensível talvez por nos deixar a meio do caminho do conhecimento do universo; e imerecida porque não estaremos a fazer o melhor uso dela. Quem sabe?
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FOTOGRAFIA 'POST MORTEM'


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Extraordinária imagem recente do "Costa Concordia", encalhado no Porto de  Giglio
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(Clicar na imagem para ver no tamanho original)
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A VÍRGULA NOVAMENTE


Falávamos há dias de Ben Yagoda, professor de inglês e colunista do “New York Times”, e da dificuldade do uso das vírgulas. Segundo Yagoda, há poucas regras bem fundamentadas, e muitas são discutíveis por o uso da pontuação ser feito com propósitos diferentes, nomeadamente para melhorar o estilo quando o autor acha que isso funciona. Por exemplo, em 1813, Jane Austen escreveu no livro “Orgulho e Preconceito” a seguinte frase:

É uma verdade universalmente aceite, que um homem solteiro possuidor de fortuna, deve procurar uma esposa (wife - mulher, consorte, conjugue - não interessa).

As vírgulas a seguir a “aceite” e a “fortuna”, aparentemente estão a mais. Mas Austem terá querido, por razões de estilo, introduzir uma pausa a seguir a essas palavras. Ela lá sabia. E os puristas da gramática metem a viola no saco – mais nada!
Mas nós não somos Austen nem Eça, e agora?
Por exemplo, na frase “Amanhã por esta hora estarei em Vila Franca de Xira”, põem os leitores vírgulas, ou não? Ou em “ Duma maneira geral os socialistas não dão uma para a caixa”; ou “À noite a visibilidade pode ficar muito má”. Põem-se vírgulas, ou não se põem vírgulas?
De acordo com Yagoda, é facultativo: fica ao critério de quem escreve; com a noção de que as versões sem vírgulas são um bocado de rajada. Mas tal pode ser desejado por quem escreve, por exemplo no fim de extenso parágrafo para encerrar a matéria que já vai longa. Acabar uma coisa assim, de supetão, pode ser intencional no estilo.
Na realidade, a sensibilidade de quem redige tem mais importância que as regras e essa sensibilidade cultiva-se. Cultiva-se como? A ler, pois claro. Se possível - em português - Eça, Camilo, Ramalho, Fialho - Saramago, não!... Baptista Bastos nunca!...
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domingo, 27 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Carola"
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RELATIVIDADE

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Antes e depois 
(Christine Lagarde, no tempo da primeira fotografia, praticava natação sincronizada com um ridículo clip no nariz)


Christine Lagarde, Directora do Fundo Monetário Internacional, conversou com a jornalista Decca Aitkenhead, do “The Guardian”, e disse muitas coisas, algumas polémicas. O principal foi isto:

P - Quando estuda o orçamento dos gregos e pede medidas que podem significar partos sem parteira, doentes sem medicamentos, velhos a morrer sozinhos e sem assistência, esquece isso e só olha para os números?

R - Não, mas penso mais nas crianças duma pequena escola do Níger, três sentadas em cada banco, com aulas só duas horas por dia e desejosas de aprender. Penso nelas a toda a hora porque acho que precisam mais de ajuda que as pessoas de Atenas. No que respeita a Atenas, também penso nas pessoas que a toda a hora fogem ao pagamento dos impostos

P - Mesmo mais do que nos que lutam para sobreviver sem trabalho e sem serviços públicos?

R - Também penso neles e acho que deviam ajudar-se colectivamente.

P - Parece estar a dizer aos gregos e a outros povos da Europa: tiveram belos dias, mas agora é a altura de pagar.

R - É verdade. Sim.

Aqui está a substância. O resto é palha; ou quase. É discutível a substância? Claro que é porque tudo é relativo. A situação em Portugal é má? Está na cara que é; mas na Grécia é pior. É muito má na Grécia? Quase péssima, mas no Níger é mesmo péssima. E no Benin, na Etiópia, em Moçambique? Não me falem: pior que péssima. É a relatividade.
O Fundo de que Lagarde é directora chama-se internacional. Tem um ângulo de visão de 360 graus. Para a perspectiva do FMI, a Europa representa para aí 20 ou 30 graus do problema. Lagarde está mais preocupada com outros 300 graus, ou mais – voilá!
Não façamos drama com a Europa. A Europa está mal porque, não sendo burra, se comporta como burra. E também como incauta. E galdéria. E fútil. E blá, blá, blá. Não há pachorra!
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NAVIOS-HOSPITAIS

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Imagem do paquete “Britannic”, o terceiro da classe Olympic da White Star Line, que icluiu o “Olympic” e o “Titanic”, de que era gémeo. 
Lançado ao mar em 1914, era para se chamar “Gigantic” mas, depois do fiasco do “Titanic”, a White Star perdeu a mania das grandezas e baixou a bola para “Britannic”.
Vemo-lo aqui requisitado pela Royal Navy durante a I Guerra Mundial, transformado em navio-hospital - o His Majesty’s Hospital Ship (HMHS) “Britannic”.
No dia 21 de Novembro de 1916, foi atingido por uma mina no Mar Egeu e afundou-se em pouco mais de uma hora. Serviu só dois anos. O “Titanic” serviu dois dias. O “Olympic", 24 anos.
A imagem foi tirada dum blog muito interessante dedicado a navios-hospitais e cujo link me foi enviado pelo colega das batalhas dermatológicas Pedro Masson, como eu entusiasta por navios, mar e piano-Jazz, a quem agradeço mais uma vez a colaboração.
Em baixo, mais duas imagens de navios-hospitais, do mesmo blog.
A legenda da última fotografia é também o link para um vídeo de Duke Ellington, um dos maiores pianistas de Jazz da história da música, que interpreta o clássico "Take the 'A' Train", com 1.742.698 visualizações  no YouTube (so far!), dedicado ao Dr. Pedro Masson.
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O americano USNHS "Comfort"

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MARCOS E DINHEIRITO

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O Dr. Mário Soares disse ontem em Vila Franca de Xira que "a saída da Grécia da zona euro seria uma catástrofe, que levaria ao contágio imediato a outros países". Felizmente, o Dr. Soares não acredita nesse cenário e ficamos todos mais descansados com isso. Depois de Paul Krugman, seu correligionário, é o Dr. Soares que ouço com mais atenção em matérias macroeconómicas. Especialista mundialmente reconhecido em assuntos nacionais e internacionais de finanças e economia, é boa norma estar atento ao que diz; aliás, o que fazem todos os líderes mundiais, especialmente quando fala de Vila Franca de Xira.
Sobre os alemães, o Dr. Soares considera que “não faz sentido nenhum estarem agora a discutir os marcos ou o dinheirito que nos querem dar”. Também acho que não faz! Essa agora! Falta de espírito de solidariedade europeia por causa de um dinheirito é o que é!
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SPACE X FALCON 9

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Espectacular imagem de Cabo Canaveral, durante o lançamento do foguetão Space X Falcon 9 que transportou há 5 dias a cápsula Dragon até à Estação Espacial Internacional, num voo não tripulado
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(Vale a pena clicar na fotografia para ver maior)
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TOZÉ ARMA SECRETA

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O canhangulo Tozé Seguro terá proferido, algures, a seguinte  peça oratória, se os jornais falam verdade: Este Governo, em relação à Europa, só tem um comportamento: Sim senhora Merkel, faça favor de dizer senhora Merkel. Não é esse o comportamento do PS.
O PS, deduz-se, se fosse governo, teria um comportamento assim: Não Senhora Merkel, cale a boca senhora Merkel. E a senhora Merkel metia o rabo entre as pernas e pedia desculpa ao Tozé.
Uma ternura! Vale a pena o tempo que se gasta a ler jornais para degustar uma iguaria destas. 
Tozé é, de todos os líderes europeus, o mais brilhante; aquele de cujo discernimento e contundência a esmagadora maioria tem receio; o que mais faz tremer as instituições europeias, logo depois do Rei do Sião; e Secretário-Geral dum partido que já mostrou como se negoceiam memorandos com a Europa.
Andamos a dar tiros de pólvora seca nas instituições comunitárias, quando temos esta arma secreta no arsenal. Valha-nos Deus! Vamos lá dar munições ao Tozé e pô-lo na linha da frente.
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JERÓNIMOS

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(15-05-2012)
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O RELVAS #3

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Não há dia em que um jornalista pegue na sachola, dê uma cavadela e não encontre uma minhoca, não no “Caso Relvas” como é conhecido, mas no “Caso do Relvas”. Conta hoje o “Diário de Notícias” que o “super-espião”, devidamente instalado na Ongoing e já sem assento nos SIED, terá pedido (ordenado talvez) a um vice-presidente da bancada parlamentar do PSD que Teresa Morais, do órgão de fiscalização dos serviços de informação, fosse afastada do lugar. Só isso!
Pois Teresa Morais levou um pontapé no rabo pela escada acima e foi para Secretária de Estado. Para Secretária de Estado de que ministério? Isso mesmo, caro leitor! Adivinhou! Para Secretária de Estado no ministério tutelado pelo Relvas! O homem é omnipresente em tudo quanto cheira a manobra de bastidores, áreas cinzentas, política de vão de escada e ciência oculta.
Compreendo que o Primeiro-Ministro tenha relutância em o despachar em correio prioritário meia dúzia de meses depois de ter feito dele a personalidade mais influente do Governo; mais que ele próprio. Mas, Senhores, se o Relvas se mantém no posto e os jornalistas continuam a escavar, receio bem se descubra ter também estado envolvido na crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Daqui lanço um apelo ao Senhor Primeiro-Ministro que, embora do tipo “espingarda de pressão de ar”, me parece uma boa e generosa alma: por favor, Excelência, corra com esse Relvas, antes que ele faça correr Vossa Excelência.
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UM PAÍS SEM EMENDA

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(Colaboração de Francisco Carvalho)
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[Clicar na figura para ver maior]
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sábado, 26 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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O SENHOR BANHOU

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Houve em França subitamente uma queda, ou antes, um desconjuntamento de ministério. Os ministros, que eram uns de substância radical e outros de substância conservadora, estavam mal grudados. O calor das primeiras discussões, na câmara nova, descolou estes pedaços heterogéneos de poder executivo. Imediatamente, porém, se manufacturou outro Governo. E a única feição desta crise, digna de ficar nas crónicas, foi o ter aparecido de repente, e por motivo dela, um homem de Plutarco.
Este homem é o Sr. Banhou.
É necessário reter este nome – Banhou – porque ele representa um justo. A Bíblia diria um «vaso de eleição»; mas esta imagem é arriscada e dá lugar a equívocos lamentáveis, quando se trata de homens e de coisas parlamentares.
Quem é o Sr. Banhou?
Um político e, portanto, um ambicioso. Além disso, um inteligente e ardente.
E que fez o Sr. Banhou?
O Sr. Banhou realizou um feito sem precedentes na história constitucional: convidado, nesta nova organização de ministério, para secretário de Estado das Colónias, recusou.
E recusou por um motivo que o eleva justamente a essas alturas morais em que Plutarco se começa a entusiasmar. O Sr. Banhou recusou, porque (segundo disse) «não estava habilitado, nem pelos seus estudos anteriores, nem pela experiência, a tomar conta dessas funções». Conhecem alguma resolução mais heróica? Eu não conheço. Um político de profissão, um ambicioso que se nega a entrar num ministério por não se considerar competente, nem teórica, nem experimentalmente, para gerir um certo ramo da administração – é verdadeiramente prodigioso! E nós todos os que nascemos sob o regime das cartas constitucionais não podíamos realmente supor que existisse algures, nesta Europa política e parlamentar, um bacharel que sinceramente se julgasse inapto para governar, do fundo do seu gabinete, fumando a cigarette do poder, as colónias do seu país!
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Eça de Queirós in "Ecos de Paris"
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CASCAIS

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(17-05-2012)
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ATORMENTAR OS CRENTES

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Até à segunda metade do Século XX, a hierarquia da Igreja Católica opunha-se a que os seus fiéis, depois de mortos, fossem cremados. Tal significava a obrigatoriedade da inumação, quando não era essa coisa injustificável da sepultura em jazigo; tudo isto praticamente sempre em cemitérios. A razão era a de que o enterro seria a forma mais digna de tratar os mortos por ser a seguida com Jesus.
Embora Jesus tenha vivido há dois mil anos, não se discute tal ponto de vista; mas pode-se argumentar que a conservação de corpos em decomposição, em condições de serem dramaticamente expostos à vista por uma calamidade natural, um bombardeamento, ou qualquer manifestação da maldade dos homens, como aconteceu na Guerra Civil de Espanha, aconselhava mais senso nas normas e mais prudência no pensamento. Mas a hierarquia da Igreja Católica tem uma característica que mais parece um propósito, qual é a de manter os fiéis em estado de permanente intranquilidade de consciência. Rema obstinadamente contra os sinais dos tempos durante séculos, para depois dar o dito por não dito e ceder naquilo com que atormentou milhões de vidas.
Neste momento, a Igreja cedeu na oposição à cremação dos fiéis defuntos. Aí está um exemplo. Porque se opôs durante uma eternidade à sua prática? Não sei e duvido que alguém consiga dar uma explicação cabal para o fenómeno.
Mas as coisas não podiam ser assim tão simples. Li hoje um título na imprensa que reza assim: ‘A Igreja Católica não se opõe à cremação, mas "proíbe" aos seus fiéis fazerem lançamento das cinzas do corpo humano à terra, ao mar ou ao vento, defendendo ser essencial conservá-las "com dignidade"’.
A primeira pergunta é: em que consiste isso de conservar com dignidade? Lançar as cinzas ao vento, ao mar, ou à terra, ficámos a saber que não tem dignidade. Não restam muitas alternativas: deve continuar-se com a conservação em cemitérios, com potencial risco de profanação natural ou humana.
A segunda pergunta, muito mais importante, é: quanto tempo é que o lançamento das cinzas do corpo humano à terra, ao mar ou ao vento vai ser considerada sem dignidade, e quantos milhões de seres vão ter a consciência atormentada até a hierarquia Católica achar que, afinal, tem dignidade? Já não vou saber isso: a vontade do Vaticano leva séculos a torcer e eu estou de saída.

FAROL DE SANTA MARTA

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Cascais (17-05-2012)
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A CAIXA CRANIANA DE ANAXIMANDER

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Anaximander foi um filósofo grego da era pré-Sócrates (não confundir com pré-Zezito) que viveu entre 610 e 546 AC. Tinha encéfalo - e que encéfalo! - como vamos ver.
No tempo de Anaximander, todos pensavam que o mundo era Céu por cima das cabeças e Terra por baixo dos pés; e que tudo que estivesse acima do plano dos pés e abaixo do Céu caía em grande velocidade até ao nível dos pés, ou seja, de cima para baixo. Claro? Claríssimo!
Mas Anaximander começou a ver que a Lua e as estrelas rodavam em relação à Terra e saiu-se com esta: por baixo da Terra há mais Céu. Espanto geral: estamos todos a imaginar, e com razão!
Então, oh Anaximander, conta lá para a gente porque é que a Terra não vai por aí abaixo até ao fundo do Céu? E Anaximander disse-lhes que as coisas só caem para baixo na direcção da Terra e que a Terra não cai em direcção a coisa nenhuma. Complicado? Muito! Mais difícil que explicar a uma criança porque é que os australianos estão virados ao contrário e “não lhes sobe o sangue à cabeça”. Tão complicado que os chineses só perceberam a matéria no Século XVII, quando os missionários Jesuítas lhes explicaram; e foi preciso explicar muitas vezes. Atenção que  os chineses são espertos!
A ciência é assim: metem-se umas coisas na caixa craniana das pessoas, fazem o ninho, instalam-se, ocupam o espaço quase todo e dificilmente entra lá outra coisa. Como dizia há dias, a investigação do dia-a-dia é simples mastigação do ninho instalado no espaço pensador e avança lentamente por isso. Até aparecer um fulano com um ninho mais pequeno e espaço devoluto. Nessas condições, entra lá coisa nova e vem aí mais um solavanco, sobressalto, desassossego - o que lhe quiserem chamar - no conhecimento. Primeiro dizem que o fulano é louco; depois que é burro; depois que está ao serviço do grande capital, das multinacionais, da esquerda radical, blá, blá, blá; e quando por fim, qual Anaximander, conta que a Terra não cai para lado nenhum, ainda há alguns que não acreditam – quando foi colocado em órbita o "Sputnik 1", um professor de Aerodinâmica do Instituto Superior Técnico, de seu nome Varela Cid, desdobrou-se em entrevistas em que demonstrava ser impossível colocar um satélite em órbita, que era propaganda russa, que blá, blá, blá: caso típico de espaço craniano disponível inferior a 1 nanómetro cúbico!
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sexta-feira, 25 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS


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"Winterhude"
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O “Winterhude” foi lançado ao mar em 1898. Era cargueiro e passou por várias mãos. Abatido em 1949. Tinha 81,4 m de comprimento, 12,2 m de boca, 7,5 m de calado e 3.100 toneladas.

O SOTURNO SATURNO

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Imagem de Saturno em fotografia feita pela sonda Cassini, à distância de 2,3 milhões de km do planeta. No hemisfério Norte são visíveis os efeitos da violenta tempestade que se verificou durante quase todo o ano de 2011. No hemisfério Sul, a sombra projectada pelos anéis, sombra que vai crescendo todos os dias à medida que se caminha para o Verão no hemisfério Norte.
Um pouco acima do equador, para a esquerda do meio da imagem, vê-se o satélite Tetis, com 1062 km de diâmetro.


RELVADO

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O Relvas recebia relatórios diários, ou coisa parecida, com informação classificada, do “super-espião”. Porquê, e por alma de quem, não se sabe; mas recebia, pronto.
Primeiro, o Relvas não se lembrava que recebia. Depois, já se lembrava, mas lembrava-se que não ligava nada àquilo – até não respondia ao remetente, pronto.
Agora, Adelino Cunha, adjunto político do Relvas, demitiu-se, depois do Ministério Público ter encontrado mensagens suas no telemóvel do “super-espião” – eh, eh, eh...! Não fosse o Ministério Público, o Cunha ficava calado como um rato. E porque ficava calado? Pois, porque mantinha contactos com o “super-espião” por sua iniciativa. Era uma fé que ele tinha – até havia escrito uns artigos sobre serviços de informações. De qualquer forma, o Relvas não sabia daquela fé, pronto.
Isto é, o Cunha já marchou em passo de corrida, mas o Relvas aguarda melhores dias; ares mais desanuviados, pronto!
Estamos entregues a relvas piores que a relva do Estádio de Alvalade, sem ofensa para os lagartos. Costumo dizer que o Tozé Seguro é bom rapaz, mas uma escopeta de carregar pela boca. O Pedro Passos Coelho também é bom rapaz, mas mais do género espingarda de pressão de ar: não tem pedalada para acompanhar o Relvas nas subidas e o Relvas toma o freio nos dentes e faz o que quer; normalmente asneiras.
Iluminai-os, Senhor, para nossa salvação. Salvação das almas mas, nesta conjuntura, sobretudo dos corpos.
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O BAILADO DAS AVES

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E elas, enamoradas
Em duetos, desejados
Escrevem no ar
Passos de dança
Orquestrados...
Em valsas,
Em tangos,
Ou outras danças de voltear.
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Augusto Gil
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CALHAU ALH84001,1

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O calhau que está aí em cima caiu na Terra, mais precisamente na Antárctida, há aproximadamente 13 mil anos e veio de Marte. Dezasseis milhões de anos atrás, qualquer coisa enorme atingiu com violência Marte e atirou muito material marciano para o espaço celeste. O referido calhau, com direito a nome complicado – chama-se meteorito ALH84001,0 – tem cerca de 9 cm de lado a lado, foi encontrado em1984 na zona de Allan Hills, e fazia parte daquele material.
Fala-se agora dele porque os investigadores encontraram no ALH84001,0 compostos de carbono reduzido, o que significa compostos orgânicos. Não quer dizer que tenham sido produzidos num ser vivo, mas permite especular que em Marte já ocorreu qualquer coisa como um arremedo, ou ameaça, de início de vida.
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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BUCELAS

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Convivendo com os autóctones
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QUE REGULA O REGULADOR?

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A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) enviou ao jornal “Diário de Notícias” uma recomendação em que diz, em resumo, o seguinte:

Considerando a análise efetuada aos comentários divulgados na edição online do jornal Diário de Notícias;

Blá, blá, blá;

Verificando a enorme profusão, na edição online do Diário de Notícias, de conteúdos com linguagem insultuosa e ofensiva, com incentivo à violência, ao ódio e de natureza homofóbica, que claramente extravasam os limites constitucionalmente consagrados à liberdade de expressão;

Blá, blá, blá;

O Conselho Regulador recomenda ao Diário de Notícias a adoção de um sistema de validação de comentários eficaz e que, desse modo, se abstenha de publicar comentários que ultrapassem os limites consagrados à liberdade de expressão, adotando assim uma conduta que respeite os direitos fundamentais.

Está perfeito! Mas a pergunta é: o que tem andado a ler a ERC até agora?
É que comentários do mais confrangedor primarismo, no “Diário de Notícias” e em quase todos os jornais, são diários há muito tempo, duma assiduidade notável, e expressão do nível cultural abaixo de cão do povo lusitano; e a ERC só agora deu por isso.
Todos pensávamos, incautamente, que a ERC lia os jornais online um dia ou outro. Mas não! De há vários anos para cá, só agora, finalmente, a ERC encontrou tempo, debruçou-se sobre a caixa de comentários do DN e ficou espantada. Sei que tem sempre entre mãos matéria transcendente, como o caso do senhor Ministro Adjunto, é verdade. Mas não podia o porteiro da instituição, nos momentos de ócio em que está conectado com o Facebook da namorada, passar uma vista de olhos nos jornais online para dizer a Suas Excelências Reguladoras a trampa que são os comentários vertidos nas respectivas caixas? 
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BUCELAS

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A décima-sexta  hora
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MEMÓRIA

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Esta barca, de seu nome “Cabinda”, fotografada em 1903 com as velas amainadas, numa imagem com a qualidade expectável para a época, foi-me enviada pelo Prof. Poiares Baptista pela singela razão de que figurava num postal do seu antepassado Dr. Virgílio Poiares, médico da Armada, com serviços relevantes prestados em Damão, na antiga Índia Portuguesa, aquando da epidemia de peste que ali ocorreu em 1896/7, e lhe valeram o ser agraciado com a Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Não sei se o Dr. Virgílio Poiares serviu neste navio, mas tinha a sua fotografia seguramente porque era o navio hospital da Divisão Naval do Atlântico Sul, com base em Luanda, no tempo da Monarquia.
Como estas coisas e as cerejas se comportam igualmente, pesquisando na Net, encontrei referências ao Dr. Virgílio Poiares num livro da Biblioteca da Universidade de Harvard, intitulado “Joint Report on the Epidemic Plague in Lower Damaun (Portuguese India)”, escrito por W.M. Haffekine, médico e investigador, em que se refere ao Dr. Koch, também ele presente em Damão naquela altura.
Aproveito para mostrar um desenho do artista amador José Pardal que penso é da mesma barca  “Cabinda”.
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