domingo, 24 de junho de 2012

CABECINHA PENSADORA

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Cavaco Silva, Presidente de Portugal pela Graça de Deus, nasceu em 1939, quatro meses antes de mim. Apesar da idade, somos os dois titulares de elevado  grau de lucidez e acutilância intelectual. Por isso eu escrevo neste espaço com o brilho de Shakespeare - se não mais - e ele tem saídas para a História que reputo de imortais; dignas de um  Disraeli ou um Tayllerand - se não mais.
Ontem,  Cavaco calafetou uma brecha no seu mister e, como nunca o havia feito, foi ao S. João do Porto, atitude assisada  de Presidente de todos os portugueses.
Chegado e embarcado no navio "Douro Azul", para o caldo verde e  a sardinhada e assistir ao fogo de artifício, na companhia da indispensável e sempre presente Maria,  Cavaco falou aos jornalistas; e também urbi et orbi e  para o Século XXI que agora desabrocha. Disse esta coisa lapidar: “Eu espero que o barco aguente e, por isso, tenho aconselhado a que não corram rapidamente de um lado para o outro, para que não aconteça qualquer acidente. No dia de hoje temos que fazer todo o possível para que tudo vá no bom sentido, para que o barco chegue a bom porto. E é isso também que Portugal precisa”.
Não sei que mais me deslumbra: se a eloquência, se a profundidade do pensamento. Cavaco é um tribuno. Sempre foi. Com a idade apurou. Sem qualquer hesitação o afirmo.  Pena que se ocupe com trabalhos menores para um encéfalo assim, em vez de retirar para a Casa da Coelha a conceber. Portugal ganhou um Presidente de grande porte, é verdade,  mas está a perder um pensador singularmente inspirado, no cume da capacidade criativa. É pena porque o mesmo já aconteceu com o Almirante Américo Thomás. Portugal não aprende!
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