sábado, 29 de dezembro de 2012

O RABO DO GATO ESCONDIDO

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Este Governo não presta—já toda a gente percebeu e é preciso dizê-lo, especialmente aqueles que o apoiaram. São esses que têm autoridade para o fazer com credibilidade. Em particular os que não falam por razões partidárias, ou por verem interesses próprios e injustificados ofendidos, como é o caso do Dr. Soares, fóssil típico do reviralho e personagem com história de comensal no banquete do orçamento do Estado.
O Dr. Soares continua pateticamente a verter prosa em vários jornais, sem conseguir disfarçar onde lhe dói. Hoje, no "Diário de Notícias", mais uma vez mostra o primarismo ideológico a que nos habituou e não evita deixar escapar um grito da dor que o Governo lhe provoca e que tem tentado disfarçar por pudor (ainda tem algum!). Diz assim, às tantas:

[...] Um ano e pouco depois de empossado, o Governo de Passos Coelho nunca foi capaz de definir uma estratégia coerente, nem de se entenderem, entre si, os respetivos ministros. A paralisia dos ministérios, com avanços e recuos, é a regra. Por outro lado, teve o mérito de pôr contra si todos os sectores da sociedade portuguesa: das Forças Armadas às policiais, das Igrejas às universidades, dos partidos, incluindo a maioria do próprio PSD, aos sindicatos, das autarquias (municípios e freguesias) às fundações privadas e de interesse público*, têm vindo a destruir a classe média, criando as maiores dificuldades aos próprios bancos. [...]

Passando por cima da sintaxe tremelicante que não interessa agora, já tínhamos percebido que as fundações privadas e de interesse público merecem especial carinho ao Dr. Soares. Ninguém percebe porquê. É talvez uma fé que tem; o que justifica nunca ter falado em atribuição de benesses escandalosas e injustificadas a fundações de luxo, cuja finalidade não é clara e cujos meios o são ainda menos, de acordo com o que se lê e ouve nos media.
Hoje o gato escondido deitou o rabo de fora. Como diria Jô Soares, já entendi! Já entendi!
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* O sublinhado é meu

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