terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ATÉ AOS DENTES


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Um cidadão da África do Sul, alegadamente famoso e eventualmente dopado, matou a tiro de pistola uma jovem, sua namorada. Preso e levado a tribunal, como se defende? Pela voz do advogado, afirma que durante a noite ouviu barulho na casa de banho e, temendo tratar-se dum bandido, disparou através da porta fechada vários tiros, sem saber quem lá se encontrava. Encontrava-se  a jovem. Atingida por quatro ou cinco tiros de pistola de 9 mm, viria a morrer.
Não estou a julgar o cidadão ou a apreciar a consistência da história, nem isso interessa agora. Quero só realçar que a versão narrada no tribunal é usada como meio de defesa e justificação para o drama. Imaginem como estão as coisas naquela Pátria! Há tempos, um pai matou a filha a tiro dentro do automóvel da família porque estava escuro e pensou ser um gatuno. Um dia destes, o sul-africano citadino cruza-se na rua com o vizinho do 4º Esquerdo com a mão no bolso para tirar o lenço e abate-o a tiro de pistola de 9 mm porque suspeita que ele vai sacar um revólver Smith & Wesson. E o vadio pífio que na esquina limpa as unhas com a navalha corre risco igual. Muito pior que o Far West, mas no Século XXI. Aí está! O cidadão agora em julgamento, além da pistola do crime na mesa de cabeceira, tinha uma metralhadora junto à janela do quarto! E porque não um canhão sem recuo que não estraga a mobília? Falta de lembrança!
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