segunda-feira, 25 de março de 2013

DIJSSELBLOEM ! ! !

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Tem o nome que merece

Um metro é o comprimento de um pêndulo com meio período de um segundo—leva um segundo a ir duma extremidade do curso à outra extremidade (um período é a viagem de ida e volta)—ou a décima milionésima parte do meridiano terrestre ao longo de um quadrante, o que significa a distância do Equador  ao Polo Norte. Uma trapalhada convencional que fazia falta para comprar nastro e chita e para marcar as balizas nos campos de futebol, pronto. Mas porquê essa distância e não cem vezes o perímetro da cabeça de Vítor Gaspar, ou duzentas vezes o comprimento do pé do Zezito? Sim, porquê?
Em boa verdade, há uma ou várias razões. O metro é uma unidade adequada ao homem: grosseiramente duas vezes o tamanho duma criança e metade dum adulto. Anda tudo por aí. Um gigante jogador de basquete, afinal, tem apenas mais 10 a 15% que um cidadão  médio e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça tem, na pior das hipóteses, só menos 20% que Cavaco Silva.
O problema do metro nasceu quando a ciência—que o inventou—começou com voos largos, a olhar para o universo. A distância daqui a Neptuno em metros ou múltiplos  é uma coisa assim como o esternocleidomastoideu do Vasquinho no exame de Anatomia. Aí, o H. sapiens inspirou-se e inventou outra unidade: a distância média da Terra ao Sol, a que chama unidade astronómica, em linguagem esternocleidomastoideia igual a cento e quarenta e nove  mil, quinhentos e noventa e sete milhões, oitocentos e setenta mil e setecentos metros—um nadinha comprido. Agora imaginem-se a comprar chita com esta unidade: claramente complicado, mas não impossível. Diria à balconista, passe a brasileirada: quero a décima cagasésima parte duma unidade astronómica de chita—ih, ih, ih...
Então, e a distância daqui à Galáxia NGC4414? Queriam saber a que distância está em unidades esternocleidomastoideias? Não brinquem, porque não posso ficar aqui até amanhã à noite a escrever isso em metros, ou em unidades astronómicas. Apenas posso dizer que um ano/luz é a distância percorrida pela luz durante um ano, que a luz anda a cerca de trezentos milhões de metros por segundo, que um ano tem trezentos e vinte e dois milhões e seiscentos mil segundos e que a Galáxia NGC4414 está a sessenta milhões de anos/luz da Terra—agora é só fazer as contas, como diria Guterres. Um horror: acho que essas coisas nem deviam saber-se.
Imaginem então que a unidade de comprimento ou distância era o tamanho da pata de uma formiga. Encontram isso complicado? A mim não parece mais complicado que o metro. Por exemplo, o comprimento de onda da cor vermelha anda pelos seiscentos e tal nanómetros, sendo o nanómetro igual a 0,0000000001 metros. Como se vê, a pata da formiga poderá ser pequena para comprar chita, mas é enorme para medir o comprimento de algumas ondas e incomensuravelmente desmedida para medir quarks. E esta?
Afinal em que ficamos? Ficamos em que tudo é relativo. Por isso a Física de Newton, sendo  tosca, serve para estas escalas de unidades da chita e do nastro, mas não serve aos físicos quânticos que andam às voltas com coisas de fazer a pata da formiga parecer a distância daqui à Galáxia NGC4414. O mesmo que falar de Benfica e Sporting e por aí fora, incluindo o défice português versus a minha conta bancária que está em risco por causa da estupidez do senhor Dijsselbloem para quem não há pachorra—nem para ele, nem para o nome dele— blá, blá, blá! Eh, eh, eh...
E pela UE não vai nada?...
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