sexta-feira, 26 de julho de 2013

A LOUCURA DAS REFORMAS

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Corria o Anno Domini de 1407, era o dia 7 de Fevereiro, haviam passado 70 anos desde o início da Guerra dos 100 ditos, e reinava em França um rei que não "batia" muito certo, cujo cognome era por isso "O Louco", de sua graça Carlos e VI porque já tinha havido cinco Carlos a reinar na terra dos gauleses.
Pois "O Louco", apesar de o ser, era menos tal que um de Gaspar, também chamado Vítor. E porque digo isto? Digo porque, naquele preciso dia de Fevereiro, Carlos "O Louco" publicou um decreto a dar direito a uma pensão aos que o haviam servido bem durante tempo bastante. Estava criada a primeira reforma e surgiam os pensionistas do Estado.
Os sucessores de Carlos VI respeitaram a sua vontade e passaram a manter  uma verba no tesouro real destinada a pagar a cerca de 60.000 contemplados.
Posteriormente, dada a dificuldade de recrutar tripulações para a marinha de suas majestades, sujeitas ao perigo, à invalidez e à morte, criaram os soberanos de França a primeira caixa de reforma. Jean-Baptiste Colbert,  ministro de Luís XIV, em 1673, decretou o recrutamento geral da "gente do mar", chamada a servir nos navios do rei, organizando uma caixa dos inválidos da marinha para financiar a assistência aos feridos e inválidos da armada. Mais tarde, a velhice foi também considerada invalidez para este efeito e passou a beneficiar os mais velhos que já não podiam embarcar. Depois, sob Luís XVI, passam a ser abrangidos os militares do exército, o pessoal da casa real e por aí fora, até chegar Vítor Gaspar, ministro de Pedro VI, que acha tudo isso um horror e uma despesa fútil e inútil, promovendo a morte por inanição de velhos e inválidos para robustecimento do tesouro real, entregue à guarda de Maria Luís, ou "Lady Swap". Fim da história, que neste caso não tem moralidade nenhuma, seja de que natureza for.
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