segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A LUZ BRUXULEANTE

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Vou dar uma boa notícia aos leitores deste espaço: Portugal, que estava em recessão há mais de dois anos, cresceu um bocadinho no trimestre passado. Porque a notícia é nova, provavelmente ainda não tinha ouvido falar disto. Mas é verdade!
É claro que cresceu só um bocadinho—é só uma luzinha ao fundo do túnel. Uma pequenina luz bruxuleante, brilhando incerta, mas brilhando, diria Jorge de Sena se cá estivesse. É preciso manter prudência e não embandeirar em arco, digo eu aos leitores incautos desta prosa porque talvez ninguém lhes tenha dito por falta de lembrança.
É verdade! Cresceu um bocadinho, é uma esperança que nasce, mas é cedo para deitar foguetes. É até indicação que temos seguido o caminho certo. Mas também aqui devemos ser cautos até podermos dizer com certeza que o caminho foi certo, embora pareça que sim! Temos de prosseguir a caminhada, agora com nova fé e esperança—caridade não interessa no caso vertente—mas sempre com cautela, prudência e pé atrás. Sobretudo com pé atrás, bem atrás para disparar o pontapé no cu do Governo se a pequenina luz bruxuleante se apaga. E, por favor, não abram as janelas, pode alguma corrente de ar extinguir a pequenina luz bruxuleante, brilhando  incerta, mas brilhando.
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