sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O MEU NOME É PAULA SILVA

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Hora do jantar e o telefone toca. Atendo e ouço um pacóvio intitular-se mandatário da candidatura de António Costa, acrescentando que precisa da ajuda de todos. Digo que não estou interessado, mas continua a falar como se não ouvisse e eu também já não ouço. Volto a dizer não sem resultado, desligo o telefone.
Trago quase sempre o telemóvel desligado para não aturar o marketing do pessoal dos call centers. Estão a ganhar a vida que está difícil, mas tudo tem limite—falam hoje, digo não, dificilmente "descolam"; amanhã fala outro do mesmo sítio, exactamente com a mesma conversa, digo não, dificilmente descola; depois de amanhã idem; idem; idem. Não atendo chamadas não identificadas no fixo, mas aturo os mandatários do Dr. António Costa e similares. Há tempos, uma a quem respondi a um inquérito de satisfação, perguntou-me qual era o rendimento global anual do meu agregado familiar. Um dia destes perguntam se uso cuecas ou ceroulas, se lavo os dentes ou uso capachinho.
Telefonam à hora do almoço e do jantar; falta falar à noite, quando estamos na cama. É boa hora porque a probabilidade de nos encontrar é grande. Quem nos acode?

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