quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

INOVAÇÃO

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A economia moderna tem rendimento crescente e, por isso, está em movimento permanentemente acelerado. A força que a move chama-se inovação, pouco previsível, pois quase nunca é fruto de planos organizados—é como o fogo que arde violentamente  em curto período de tempo, extinguindo-se aqui para se acender ali, fruto de factores aleatórios e desconhecidos. 
Há 50 mil anos, foi no Ocidente da Ásia (fornos, arcos e flechas); há 10 mil anos, no Crescente Fértil (agricultura e olaria); há 5 mil anos, na Mesopotâmia (metal e cidades); há 2 mil anos, na Índia (têxteis, algarismo zero); há mil anos, na China (porcelana, impressão); há 500 anos, na Itália (método de contabilidade de Veneza, Leonardo da Vinci); há 400 anos, nos Países Baixos (Banco de Transferências de Amesterdão); há 300 anos, em França (Canal do Midi); há 200 anos, na Inglaterra (máquina a vapor); há 100 anos na Alemanha (fertilizantes); há 75 anos, nos Estados Unidos (produção em massa); há 50 anos, na Califórnia (cartão de crédito); há 25 anos, no Japão (Walkman®).
Porque morre a inovação num lugar, e nasce noutro? A interrogação—sociológica—não tem resposta satisfatória. Provavelmente morre, entre outras razões, porque a prosperidade promoverá hábitos locais nocivos—individuais, sociais e administrativos; e nasce por força de factores mal compreendidos, entre os quais se contarão o progresso local da ciência, a pressão do capital, o estímulo dos benefícios da propriedade intelectual, o fomento governamental, ou as oportunidades do comércio; ou todas, ou quase todas, em convergência.
É matéria que vale a pena estudar. Voltarei a ela em doses tragáveis.

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