sexta-feira, 23 de maio de 2014

QUEM NADA NÃO SE AFOGA

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Para uma coisa acontecer, outra qualquer deve estar lá para a provocar. É o princípio da causalidade. Até aqui, vai tudo bem—parece razoável. Mas há um problema quando perguntamos o que estava lá quando não havia nada para começar a haver "qualquer coisa". O simples vazio não era. Vazio implica espaço, espaço já é "qualquer coisa" e nada é mesmo isso: nada.
Pode dizer-se que nunca houve transição do nada para "qualquer coisa" porque o "qualquer coisa", seja ele o que for, é eterno. Portanto, o "qualquer coisa" não é como outras coisas que têm princípio e fim—o "qualquer coisa" não tem. Logo, a primeira afirmação deste texto está errada: há, pelo menos, uma coisa que aconteceu sem estar lá outra coisa para ela acontecer. Ou não?
Não sei. Aos nossos olhos quase cegos, a natureza não abre excepções: aparentemente, tem leis irrevogáveis. Terá o mundo uma lei com uma excepção? Se é assim, pode admitir-se que a legislação natural é vaga e pouco cuidada, coisa preocupante. Não estamos a falar de coisas menores, à nossa dimensão. Por exemplo, saber se ao cortarmos a cabeça a um homem com duas cabeças, estamos a cometer homicídio. Ou qual é altura abaixo da qual um homem é baixo.  Estamos a falar de matéria filosófica, cosmológica, teológica mesmo, e com isso não se brinca.
Vou pensar na matéria e brevemente darei a minha opinião. Não sei quando, pois tenho de fazer consultas, incluindo pessoas ocupadas como o Dr. Soares, que de momento está com as eleições europeias e seu rescaldo entre mãos e, se ele aceder ao meu pedido, irá estudar o problema na maior profundidade—como sempre faz—o que levará tempo.  Mas prometo ser tão breve quanto possível.

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