sábado, 27 de setembro de 2014

BRINQUEDOS PERIGOSOS

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Sobre Passos Coelho e o seu passado "empresarial", Pedro Santos Guerreiro escreve hoje no "Expresso", a páginas tantas:

[...] Há um milhão de pormenores por esclarecer, mas o problema não é essencialmente esse. Qual foi o valor das despesas? Que despesas foram? Refeições? Para gastar mil contos por mês nos anos 90 era preciso almoçar dez vezes todos os dias no Gambrinus. Eram mesmo mil contos, cinco mil euros? Podemos continuar por aqui fora e as questões serão relevantes se um dia alguém tiver acesso à lista de despesas. Mas a questão é sobretudo outra. Perante o que agora sabemos, é verosímil unir os pontos e chegar ao seguinte desenho: através de uma ONG, uma empresa teria sacado fundos de Bruxelas que distribuíra por várias pessoas através de um saco azul, algumas delas ligadas a partidos políticos. Esta narrativa surpreenderia alguém? Ninguém. Em Portugal anda a sacar-se dinheiro assim há anos. Não se trata de Passos Coelho mas desta prática que medra em Portugal desde os anos 90. [...]

É claro que, nos anos referidos, Passos Coelho não sonhava sequer chegar algum dia a Primeiro-Ministro e, considerando os costumes da época, se excluirmos as ocasionais manchetes de "O Independente" de que fala Guerreiro, essas coisas eram triviais e ficavam impunes. Mas, década e meia depois, alguma coisa mudou, os rabos-de-palha estão lá, Passos Coelho quis ser  Primeiro-Ministro e o brinquedo rebentou-lhe nas mãos. Maldita ambição do poder que acaba com a tranquilidade de tanta gente!...
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