quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PARA MEMÓRIA FUTURA

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Tozé há muito tempo que pôs o dedo na ferida do PS (aliás, a mesma de outros partidos). Em Julho, proclamou do alto do sótão do Largo do Rato: A minha linha de fractura é entre a nova e a velha política. A velha política que mistura negócios, política, vida pública, interesses, favores, dependências, jogadas e intriga. O que existe no PS mais associado a essas coisas é apoiante de Costa.
Segundo Nuno Saraiva, no DN de hoje e a respeito do frente-a-frente de ontem,  "Seguro quis colar Costa e seus apoiantes ao 'partido invisível' dominado pelos 'poderes fáticos' que representa uma 'promiscuidade total' entre a política e os negócios. E, de uma penada, pôs no mesmo saco Nuno Godinho de Matos—ex-administrador do BES e advogado da Ferrostaal—e outros fundadores do partido como Mário Soares, Manuel Alegre, Almeida Santos ou Jorge Sampaio". Acrescenta Saraiva que "a história do PS, personificada nos senadores, jamais perdoará a Seguro aquilo que ontem aconteceu".
Não tenho qualquer dúvida que os ditos "senadores" jamais perdoarão. Mas alguém tem de apontar o dedo e os "históricos" senhores, assumidos proprietários do PS, se não mesmo da Pátria, têm de ouvir a verdade, embora ela seja péssimo registo para memória futura.
Todos sabemos de figurões políticos enterrados até às orelhas em conselhos de administração, em escritórios de advogados envolvidos em interesses chorudos, em lobbiespara usar terminologia benignae por aí fora. Para não falar do nepotismo, quiçá uma das principais chagas da sociedade portuguesa actual.
Não tenho Tozé em grande conta politica. Mas tiro-lhe o chapéu por ter a coragem de chamar os bois pelo nome. A fruta podre cai sozinha, mas cai mais depressa quando se abana a árvore.
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