sexta-feira, 31 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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INTERMEZZO

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Seasick Steve
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FIORDE DE KOTOR

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A ORELHA DE VAN GOGH E O HOLANDÊS VOADOR

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Há a "Orelha de van Gogh", que se transformou em marca para quase tudo, desde bebidas, restaurantes e cabarés, até barbearias e lupanares; há o "Ovo de Colombo";  e há o "Holandês Voador" (Flying Dutchman) que concorre muito bem com os anteriores. O que 
muita gente não saberá é quem era o holandês voador—na realidade, o nome é habitualmente considerado o de um veleiro do Século XVII, mas tal nome era, de facto, do seu capitão, o holandês Hendrick Vanderdecken, experimentado marinheiro que fazia viagens para as Índias Orientais.
Conta a lenda que Vanderdecken encontrou uma tempestade nas proximidades do Cabo da Boa Esperança, mas não se amedrontou e jurou que levaria o navio, contra a vontade dos elementos e a ira de Deus, até Table Bay. Embateu numa rocha e afundou-se com toda a tripulação. Desde então, Vanderdecken e os seus homens, condenados a vaguear pelos oceanos, sem cartas nem bússola e impedidos de aportar em qualquer lugar, têm sido avistados no Cabo Horn, nas proximidades da Austrália e na águas do Adamastor, onde começou a pena que é eterna.

SALOIADA

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ESBOÇO

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NÃO HÁ QUEM NÃO PEQUE

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Leio com escândalo que Durão Barroso será brevemente agraciado com uma comenda. O Presidente da República anunciou que vai condecorar o ex-Presidente da Comissão Europeia com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços “de extraordinária relevância” para Portugal e União Europeia.
Essa agora!...
E o Zezito? Não fez nada?!!!... Zezito, além de ser o Primeiro-Ministro mais bem vestido de toda a União—muito mais que Barroso, embora isso não conte muito para a matéria em análise—, foi dos mais fecundos chefes de Governo desta República. A ele se deve o PEC I, o PEC II, e o PEC III;  e só não devemos o PEC IV porque não o deixaram PECAR mais. Não fosse tal asneira, estaríamos agora a colher os frutos do PEC CLXVI, pois Zezito PECAVA ao ritmo—mais coisa menos coisa—de um PEC por semana. Era—e é—um crânio! E com uma performance destas, hesita-se em pendurar-lhe ao pescoço uma medalha de comendador. Não concordo. Está mal, prontes.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"D. Quichotte"
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RETRATOS DA BEIRA-RIO

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INTERMEZZO

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Fiona Joy Hawkins
Sensual Piano (F J Hawkins)
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PHONES DJ

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HÁ CADA ARTOLAS !

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Cada vez que a NASA lança um foguetão, há dois técnicos de segurança com uma tarefa complicada, ingrata e difícil: após o lançamento, devem decidir em segundos se deixam o foguetão seguir ou se dão ordem para o destruir de imediato. Se o destroem erradamente, atiram com milhões de dólares (no último caso foram 200) para o lixo, de repente e sem justificação. Se o deixam seguir indevidamente, pode ocorrer uma catástrofe incontrolável, com eventuais vítimas humanas e prejuízos tão ou mais elevados que se o destruíssem à partida.
Dir-me-ão: Ah!... têm aparelhos sofisticados para controlar o comportamento da besta. Fique a saber que não têm: é tudo a olho. Na área dos lançamentos, há tantas estruturas construídas que os aparelhos de avaliação do progresso do foguete funcionam mal e não são de fiar. O flight safety officer e o range safety officer têm de avaliar apenas com os olhos que o criador lhes deu. No meio de tanta tecnologia, é uma ironia isto.
Na hora zero, ninguém pode estar a menos de 3 km de distância da plataforma de lançamento; excepto a equipa encarregada de ali trabalhar, que se abriga em construções blindadas. Os dois pacóvios da segurança referidos, estão de peito feito e na rua, a espreitar por uma bitola por onde é suposto a nave passar e a controlar 10 parâmetros. Se não acham bem, dão ordem para a explodir e correm para os abrigos. Foi o que fizeram na Terça-Feira passada. Ainda não se sabe se o foguete explodiu antes de eles terem accionado a autodestruição ou depois. Mas a ordem deram.
Há maneiras mais simples de ganhar a vida!!!

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UMA GAIVOTA NO CÉU DE LISBOA

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SIMPLESMENTE PÍFIO

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Quando chega a hora dos despedimentos nos jornais, há uma diferença profunda entre o homem comum e Baptista-Bastos. O homem comum é dispensado. Baptista-Bastos é saneado. Ao longo da sua invejável carreira de mais de seis décadas, em que passou (palavras suas) “por todos os jornais nacionais”, a sua saída de dezenas e dezenas de publicações só se verificou por um de dois motivos: ou porque teve melhor proposta para o seu imparável génio, ou porque tentaram calar a sua infatigável voz. [...]

Assim começa hoje a crónica de João Miguel Tavares no "Público". O resto é daqui para cima—arrasa BB. Sendo BB completamente irrelevante, cuja irrelevância é proporcional ao ridículo e ao pretensiosismo que cultiva, falo frequentemente nele porque todos temos fraquezas e uma das minhas debilidades é o facto de BB me irritar. Não vou explicar porquê, mas tudo começou com a sua conversa numa farmácia da Avenida de Roma, onde perorava em voz alta ao telefone—uma náusea.
Para BB, convicto socialista científico, o mundo é um filme a preto e branco em que o preto domina, embora incapaz de acabar com o branco enquanto houver cruzados como ele, vítimas da ignomínia de saneamentos políticos que não calam as suas vozes.  Bem unidos façamos/Nesta luta final/Uma terra sem amos/A Internacional...Pó, popopó, popó, popó...
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ZEZITO: UM OBREIRO SOCIALISTA

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"Dei a Sócrates apoio sem falhas, quando muitos já nem lhe atendiam o telefone".

"Não havia dinheiro para pagar aos funcionários públicos até ao fim do ano".

Durão Barroso (em entrevista)
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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Pelican of London"
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NRP 'D. FRANCISCO DE ALMEIDA'

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ENTRE ASPAS

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CÉU POUCO NUBLADO

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REQUIESCAT IN PACE

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Neste momento de aperto da Nação Lusitana, um dos problemas de Estado que começa a agigantar-se e a ocupar as primeiras páginas dos jornais é o escândalo do Zezito não ser proposto para receber uma comenda. O primeiro a denunciar a situação foi uma das mais notórias e conhecidas figuras portuguesas, de seu nome Ascenso Simões; depois foi o Poeta Alegre; e agora espera-se a todo o momento que intervenha o Dr. Soares com a  sua proverbial sensatez, isenção e lucidez. Lamentável a todos os títulos tudo isto, como já referi, e revelador do carácter do Presidente de Portugal.
Cavaco Silva, que também foi Primeiro-Ministro, tem inveja do zelo e da diligente competência que Zezito revelou no exercício de tais funções. Cavaco foi um pigmeu quando comparado com Zezito, um gigante a quem ficámos a dever a terceira travessia do Tejo, a alta velocidade e o Aeroporto de Alcochete. Não tivesse ele feito mais e, só por isso, merecia três condecorações—uma por cada obra.
Está porventura Cavaco preocupado com aquela coisa da  "necessidade de aceitar a implicação exterior em decisões que só ao país deveriam dizer respeito" quando era Primeiro-Ministro. Errado! Quem criou a "necessidade de aceitar a implicação exterior em decisões que só ao país deveriam dizer respeito" foi Teixeira dos Santos, Ministro da Fazenda do XVIII Governo Constitucional. Foi esse cafajeste que, acobardado com a ideia de não ter dinheiro para pagar aos assalariados do Estado e aos pensionistas, roeu a corda e atraiçoou o Zezito—uma precipitação lamentável!
Zezito, homem da adrenalina, do risco, das artes malabares, funâmbulo que nunca caiu do arame, arranjava uma solução. Zezito ainda tinha as Ilhas Berlengas, as Selvagens, o Promontório de Sagres, quiçá os Açores e a Madeira para negociar. Zezito desenrascava-se. Ai desenrascava, desenrascava!
Mas não! Atraiçoado pelo bruto Teixeira, qual Júlio César, Zezito finou-se politicamente. Jaz no lazareto da História para onde foi injustamente lançado, não tendo ainda os lusitanos conhecimento da sua morte prematura.
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O MUNDO É PEQUENO !

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O astronauta Chris Hadfield esteve na Estação Espacial Internacional—na 34º Expedição, em 2012—e fez 45.000 fotografias a partir de lá. Esta é uma delas. O Rio Nilo, o Cairo, o Delta do Nilo, depois da cidade, e Jerusalém para Nordeste.
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EH . . . EH . . . EH . . .

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(Com colaboração de J. Castro Brito)
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JÁ NÃO HÁ

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Tom & Jerry
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(Com colaboração de António-Pedro Fonseca)
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A FÍFIA

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Um foguetão Antares, que transportava a nave de carga Cygnus com abastecimentos e material para a Estação Espacial Internacional, explodiu poucos segundos depois de partir, danificando gravemente a plataforma de lançamento na NASA’s Wallops Flight Facility, na Virginia.
A explosão ocorreu no primeiro andar do foguetão, construído pela companhia ucraniana Yuzhnoe e equipado com motores russos NK-33, relativamente antigos (1960/70).
Não houve vítimas, mas os prejuízos são superiores a 200 milhões de dólares.
As imagens são impressionantes.
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terça-feira, 28 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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O regresso dos clippers
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INTERMEZZO

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Bayrische Polka
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O SINO

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UMA VINGANÇA VISCERAL

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Tempos houve em que se guardava alguma correspondência debaixo da cama numa caixa de sapatos, ou numa mala. Eram fósseis de amores, negócios, desavenças. Às vezes devorados por fogueiras, num ataque de revolta, ciúme, ou tédio, outras vezes deixados à posteridade. Mas mantinham-se contidos. Eram privados. Já não há disso; ou quase.
Hoje, pouco do que se escreve não deixa rasto. O correio electrónico, de longe o mais utilizado, fica para sempre, até à consumação dos séculos, em bases de dados medonhas, verdadeiros depósitos sinistros de voyeurismo. Mas não só o correio não é o que era. Vou a Oeiras ou a Cascais e deixo rasto nas portagens. Almoço no "Fornos do Padeiro", em Paço de Arcos, e fica a pegada do cartão de débito ou crédito. Compro um par de botas na Net e as botas ficam na História, muito para além de estarem rebentadas. O mesmo com as compras online, o pagamento do condomínio, os filmes da Net, a marcação de viagens, rebabá.
E a falta de pudor dos big brothers não tem limite. Adquiro um livro na Amazon e começo a receber publicidade de livros do mesmo género. Abro o YouTube e encontro uma página personalizada, com alguns dos vídeos que vi recentemente e sugestões de peças semelhantes. Um dia destes, as sanitas trazem um chip para recolha de informação sobre o papel higiénico que uso, a dieta que faço e o perfil do meu trânsito intestinal. Neste caso, pelo menos, tenho a consolação de enviar-lhes uma mensagem—a de que estou a cagar-me para eles. 
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VARANDAS DE BELÉM

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LIBERTÉ, EGALITÉ ET FRATERNITÉ

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A ideia da União Europeia é bonita. Sobretudo é romântica. Mas romântico também significa poético e fantasioso. E há uma verdade que a experiência sempre demonstrou—na prática a teoria é outra. A União Europeia é um caso chapado de tal. Hoje, no jornal Expresso online, Paulo Barradas escreve assim:

A UE apresentou a conta de €2,1 bi (milhares de milhões) ao Reino Unido para este pagar pela sua própria prosperidade. Para sustentar a respeitável e grande França que não quer cumprir o que acordou com mais austeridade.
É talvez a pior coisa que podiam fazer aos ingleses! Até o mais leve pensamento que o pagamento adicional pelos ingleses poderá estar relacionado com o incumprimento dos franceses, já tira o sono a qualquer Inglês. Como se viu pela resposta de Cameron.

Do lado de lá do Canal da Mancha está um governo conservador, mais ou menos reaccionário—um atraso de vida. Do lado de cá, o progresso, a solidariedade, a Liberté, Egalité et Fraternité. Em nome da Fraternité, Cameron paga e não bufa e Hollande recebe. Mas os bifes bufam e dizem que não pagam.
Socialista é socialista—sempre. Pelo menos enquanto os outros tiverem dinheiro. E o que Cameron diz é medonho. Intolerável. Arrogante. Sem ética republicana—afinal o Reino Unido é uma monarquia. Vê-se logo!
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DE MORRINHANHA !

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Acredita que pode dar vida aos mortos?
Aquele corpo não é um morto. Nunca esteve vivo. Fui eu que o criei. Fi-lo com as minhas próprias mãos a partir de partes trazidas de sepulturas, rebabá.

Trovões e muitos relâmpagos, o condimento dos filmes de terror. Nem todos—em Portugal troveja pouco e é o que se vê.
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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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INTERMEZZO

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Ivo Pogorelich
Für Elise (Beethoven)
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JOHANN GOETHE

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FIM À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

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(Com colaboração de Arnaldo Valente)
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ACAUTELAR A SAÚDE

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De acordo com um departamento de saúde russo, fazer as badaladas selfies é prejudicial para a saúde. A necessidade de aproximar muito as cabeças dos fotografados para caberem todos no campo da máquina colocada à distância de um braço aumenta a probabilidade de os piolhos saltarem de cabeça em cabeça. Aí está!
Portanto, nada de selfies em grupo. Em desespero de causa, só enfiando a carapuça até aos colarinhos (os portugueses não precisam: já está enfiada).
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NATUREZA VIVA

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A ASCENSÃO DE ASCENSO

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Um tal de Ascenso Simões, dos homens mais conhecidos na rua dele, se não mesmo o mais conhecido, escreveu uma carta a Cavaco Silva. E que diz Ascenso? Ascenso chama a atenção do Presidente para o grave erro in procedendo de não incluir o Zezito na lista dos contemplados com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Mas Ascenso vai mais longe e informa o Presidente que muitos portugueses começam a questionar-se sobre as razões para que o Zezito seja excluído da lista de condecorados. Por isso, a notícia faz capa nos jornais. É, na realidade uma grande injustiça, digo eunas ruas não se fala de outra coisa.
Segundo o epistológrafo em apreço, terá sido a "necessidade de aceitar a implicação exterior em decisões que só ao país deveriam dizer respeito", quando era Primeiro-Ministro do Reino, que leva Cavaco à "negação de um gesto simples de condecoração". 
Ascenso, embora brilhante, é prolixo e receio que algum leitor não acompanhe o seu argumentário, lesto como gazela. O que Ascenso quer dizer mesmo é que o Zezito só nos arruinou a todos—a ele não!—e deixou Portugal humilhado e às ordens da troika. Apenas isso. E como foi só isso, não há razão para Cavaco não ter o gesto singelo de lhe pendurar ao pescoço, não a corda que merecia, mas um penduricalho que poucos portugueses ainda não têm.
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domingo, 26 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Sir Lancelot" e "Spendrift Ariel"
(1868)
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INTERMEZZO

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JÁ ACONTECEU EM LISBOA

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AZUL CELESTE

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INDÚSTRIA DA CONSERVA ECLESIÁSTICA

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[...] O Papa Francisco lançou uma esperança e, na sua prática, mostra-se fiel à Alegria do Evangelho. No entanto, foi-se apercebendo de que os apelos feitos à hierarquia da Igreja não têm tido os frutos desejáveis. Sentiu como estavam activos, na preparação e realização do Sínodo, os funcionários da indústria da conserva eclesiástica, ao ponto de ter de afastar o cardeal Raymond Burke, presidente do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica (Supremum Tribunal Signaturae Apostolicae). [...]

Frei Bento Domingues in "Público"
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VARANDAS DE BELÉM

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QUEM SOMOS

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Este é um dos poucos casos em que se trata seriamente neste espaço uma matéria séria. Transcrevo a seguir um excerto da crónica de Alberto Gonçalves no DN de hoje porque merece divulgação; para saber quem somos.

O primeiro-ministro foi a Coimbra homenagear os soldados mortos na I Guerra. O apreço que o governante inspira é discutível, mas nenhum homem decente discute a consideração devida aos desgraçados que, enviados por tiranetes para defender valores que lhes eram obscuros em lugares que ignoravam, aí terminaram os seus dias. Claro que o conceito de decência não inclui as "dezenas de professores e encarregados de educação" (cito as notícias) que aproveitaram a oportunidade para vaiar o Dr. Passos Coelho.
O tema não favorece ironias: os manifestantes, que provavelmente não representam nada além da boçalidade terminal, também não suscitam outra coisa que não o nojo. Dado que terão abundante tempo livre, são igualmente livres de insultar os senhores no poder quando e onde lhes apetecer - excepto em momentos assim. As suas causas, importantíssimas ou ridículas, não valem um fio de cabelo de cada militar caído na Flandres. E nem sequer tem graça constatar a grotesca contradição dos slogans que empunhavam: "Não há progresso sem conhecimento", ou "respeitar os portugueses exige outra política". Conhecimento é justamente o que essa repugnante gente não possui, e respeito é o que não merece.
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PORTAS SEM NÚMERO

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A MÃOZINHA E SEU MANGUITO

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François Hollande é Presidente da França desde Maio de 2012. Ontem o antigo Presidente Giscard d'Estaing  informou-nos—numa entrevista ao "Le Figaro"—que a França arrisca-se a ficar numa situação semelhante à da Grécia e ter de pedir ajuda ao FMI. É a tradição socialista que se cumpre: primeiro rebentam as finanças e, quando o dinheiro dos outros acaba, como dizia Tatcher, a bola passa à direita.
Contudo, Hollande atingiu grande nível de desempenho, como o Dr. Soares e os socialistas portugueses previam. Enquanto o Zezito arruinou Portugal em seis anos, Hollande demorou apenas dois anos e meio; na pior das hipóteses três. Adicionalmente, e de acordo com a expectativa socialista caseira, pôs a senhora Merckel na ordem. Cum tom de voz horrendo e grosso que pareceu sair do mar profundo, fê-la meter o rabo entre as pernas e acabar com esse pavor da direita que é a austeridade.
Hoje, Hollande é o farol da esquerda na Europa, no mundo e na Via Láctea. Há mesmo indicadores da sua influência na Grande Nuvem de Magalhães. Da Pequena Nuvem não há informação, mas espera-se que também—em prol da mãozinha e do seu manguito.
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sábado, 25 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"George Stage"
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INTERMEZZO

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Angela Hewitt
Claire de Lune (Debussy)
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CAPICUA

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Lê-se no site da SIC Notícias:

Manuel Pinho recebia, até ao início do ano, um ordenado mensal de 39 mil euros como administrador de uma holding sem actividade, a BES África.

Depois, seguem-se considerações sobre alegados acordos e desacordos entre Pinho e Salgado—relativamente à reforma antecipada e ao pagamento de salários—que omito porque têm conteúdo pornográfico e não ficam bem num blog como este. Não interessa.
O que queria salientar é que já tinha ouvido falar de engenheiros de obras paradas, de dar água sem caneco, de pregar aos peixes, e coisas similares. Agora administradores de holdings sem actividade é novo para mim. Mas deve ser complicado porque Pinho recebia 39 mil euros por mês. Prevejo que o "Sindicato Nacional dos Administradores de Holdings Paradas" seja muito forte e terá apertado Salgado, que só deixou de cumprir por exaustão de meios.
Vai tudo parar à Justiça porque Pinho processou o BES. O site não esclarece se é o BES BOM ou o BES MAU mas, BOM ou MAU, um dos bancos vai sentar o rabo no banco dos réus: banco em cima e banco em baixo é capicua.
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RETRATOS DA BEIRA-RIO

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FALAR CLARO

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Este é o Peixe Dourado de Frank Gehry, fotografado em 2007, frente ao Palácio das Artes, em Barcelona. Em baixo está uma fotografia do arquitecto quando, na passada Quinta-Feira, respondia à pergunta de um jornalista espanhol, em Oviedo. Não sei que mais admire: se a eloquência do senhor, se a clareza da linguagem.

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TRAVESSA DAS LINHEIRAS

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'AGGIORNAMENTO'

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Anselmo Borges é professor de Filosofia, é teólogo, é sacerdote católico e tem, provavelmente, mais qualificações que não conheço. Sei que há quem ache Borges irrelevante, mas não dou muita atenção a isso porque, globalmente, gosto do que escreve. Hoje, como habitualmente aos domingos, publica no DN uma crónica, intitulada "Igreja, sexo e família". Fala do último Sínodo em Roma e, a páginas tantas, do que aí virá, segundo ele. Destaco dois pontos.

No primeiro, escreve: Será reconhecido o valor dos casamentos civis e também das uniões de facto e da coabitação, que até poderão, nalgumas circunstâncias, desembocar no sacramento do matrimónio. Quantos sabem que só a partir do século IX foi exigida no casamento a presença de um padre e só no século XII se começou a definir o matrimónio como sacramento? (Fim de citação)

Esta matéria faz corpo com outras situações que não constituem tradição original da doutrina e foram criadas muito depois da morte de Cristo. Umas já "caíram", de morte natural ou "matada", outras mantêm-se, algumas delas muito desenquadradas no tempo actual.

No segundo, diz: Em todos estes pontos vale um princípio tradicional, retomado por Bento XVI, quando era professor: "Acima do Papa encontra-se a própria consciência, à qual é preciso obedecer em primeiro lugar; se fosse necessário, até contra o que disser a autoridade eclesiástica".(Fim de citação)

Aqui, Borges faz claramente coro com o Papa actual ao relativizar a importância da chamada autoridade eclesiástica que—salvando o devido respeito por melhor opinião—é frequentemente muito pouco cristã. Protagonizada por gente que ainda não se libertou das teias de aranha mentais do tempo do poder temporal da Igreja, e apoiada inesperada e burocraticamente em códigos de "Direito Canónico", a autoridade eclesiástica, tal como existe, está fora do contexto.

Frei Bento Domingues escrevia há dias: As religiões são expressões públicas e sociais da fé. O legalismo e o ritualismo tendem a envenenar a sua vida concreta. Chegam a querer substituir-se à liberdade de Deus e à consciência humana. A lei e o ritual pretendem traçar o caminho a Deus e aos seres humanos: ou passam por ali ou não passam(Fim de citação) Tal e qual—não vejo como possa ser dito melhor.
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CALECHE

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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Zawisza Czarny"
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INTERMEZZO

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Evgeny Kissin
Concerto nº 1 para piano (Chopin)
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OUTROS TEMPOS

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Quando Ricardo Salgado era um Senhor
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PODIA DAR-LHES PARA PIOR

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Um executivo da Google, Alan Eustace, ultrapassou o recorde de Felix Baumgartner, ao fazer o salto de paraquedas de maior altitude até hoje. Eustace saltou de 41.424 km de altura e fez um percurso em queda livre de 4,5 minutos, durante o qual atingiu a velocidade de 1.322,88 km/hora, superior à do som.
Subiu num balão de hélio de que ele próprio se separou, accionando um engenho explosivo. As imagens no vídeo em cima mostram-no a subir e no fim da descida.
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O PROAS

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