quinta-feira, 30 de outubro de 2014

SIMPLESMENTE PÍFIO

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Quando chega a hora dos despedimentos nos jornais, há uma diferença profunda entre o homem comum e Baptista-Bastos. O homem comum é dispensado. Baptista-Bastos é saneado. Ao longo da sua invejável carreira de mais de seis décadas, em que passou (palavras suas) “por todos os jornais nacionais”, a sua saída de dezenas e dezenas de publicações só se verificou por um de dois motivos: ou porque teve melhor proposta para o seu imparável génio, ou porque tentaram calar a sua infatigável voz. [...]

Assim começa hoje a crónica de João Miguel Tavares no "Público". O resto é daqui para cima—arrasa BB. Sendo BB completamente irrelevante, cuja irrelevância é proporcional ao ridículo e ao pretensiosismo que cultiva, falo frequentemente nele porque todos temos fraquezas e uma das minhas debilidades é o facto de BB me irritar. Não vou explicar porquê, mas tudo começou com a sua conversa numa farmácia da Avenida de Roma, onde perorava em voz alta ao telefone—uma náusea.
Para BB, convicto socialista científico, o mundo é um filme a preto e branco em que o preto domina, embora incapaz de acabar com o branco enquanto houver cruzados como ele, vítimas da ignomínia de saneamentos políticos que não calam as suas vozes.  Bem unidos façamos/Nesta luta final/Uma terra sem amos/A Internacional...Pó, popopó, popó, popó...
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