sábado, 20 de dezembro de 2014

UM 'BLUFF'

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Vladimir Putin, o 007 moscovita, é uma figura patética. Com andar bamboleante de mestre em artes marciais e especial gosto em deixar-se fotografar em poses de caçador de leões e encantador de serpentes—especialmente serpentes do sexo feminino—está enrascado com o imbróglio que arranjou na Crimeia e na Ucrânia. Há dias, numa conferência de imprensa, interrogado se não temia um golpe palaciano, respondeu aos jornalistas dizendo para estarem calmos porque não tem palácios; só o Kremlin, que está bem defendido.
A respeito, José Milhazes lembra que no tempo dos comunistas também não havia palácios e, em 1964, Nikita Khrutschov levou um chuto no fundo das costas quando, ironicamente, estava de férias na Crimeia. A primeira coisa que Putin deve fazer é não fazer férias na Crimeia—dá azar. A segunda é baixar a bola porque, embora robusto atleta, é fraco no jogo alto. Tem um País que, se não tivesse petróleo e gás, seria hoje um Burundi em ponto grande.
Putin arrota a lombos de linguado porque está politicamente esgotado e disfarça assim. Agora promete o Céu para daqui a dois anos. Há 14 no poder, ainda não fez nada—se descontarmos a protecção de uns tantos compadres mundialmente conhecidos por trafulhices. Agarra-se a ideias fora de época e apela ao patriotismo dos russos, agitando o perigo de putativas ameaças externas—coisas do Século passado, ou mais antigas—porque não tem mais nada no encéfalo. Teve, isso sim, 14 anos para mostrar o que vale e já se viu: não vale nada. Acabou.
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