quinta-feira, 18 de junho de 2015

ESTÁ TUDO EXPLICADO !



Leio no jornal que o Zezito possuía quadros de Batarda, Almada, Pomar, Silva Porto, etc., e que esses quadros vieram a aparecer na casa da empregada doméstica da senhora sua mãe. Até aqui, ainda não aconteceu nada. O problema é que Zezito não sabe explicar como eles foram ali parar.
É de admitir que os tenha oferecido à dita empregada, eventual apreciadora e coleccionadora de arte, e que, no meio do desprendimento em que vivia com coisas materiais, já se tenha esquecido que os adquiriu para oferta. Aliás, a acusação diz que quem os comprou foi o seu amigo do peito Santos Silva e eu acredito. O amigo não queria que lhe faltasse nada, nem sequer o gosto de presentear uma servente de sua mãe que adorava arte, especialmente Almada e Batarda.
Por estranha coincidência, também o computador onde estava guardado um contrato fictício de arrendamento do andar em Paris desapareceu da sua casa em Lisboa e foi encontrado numa outra habitação desabitada do mesmo prédio. Neste caso, o Ministério Público suspeitou que o computador tivesse ido pelo próprio pé, a fim de se instalar num espaço mais desafogado, mas Zezito, pensando bem, lembrou-se que foi sua mãe que pediu à empregada para o levar. Contudo, de forma alguma para esconder provas. O Procurador também não estava a pensar nisso e até se sentiu melhor com a explicação, pois essa coisa de computadores a andar pelo próprio pé estava a tirar-lhe o sono.
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