segunda-feira, 22 de maio de 2017

NEM OITO NEM OITENTA

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A revista Esquire realizou em tempos uma sondagem e tirou a seguinte conclusão: 54% das mulheres preferiam ser atropeladas por um camião a ser gordas. É notável, mas não é tudo. 
Uma professora chamada Renee Engeln, um belo dia, contou a história numa turma feminina e perguntou às alunas o que achavam. Com surpresa, a reacção não foi a esperada. Uma perguntou-lhe de que tamanho era o camião, outra a que velocidade ia, uma terceira que  tipo de camião se tratava e a quarta o que é que o camião podia partir.
A obesidade está hoje para a mulher como o "homem do saco" estava quando ela era criança. Um pavor inenarrável, encoberto quase sempre; mas mal! E não é só esta ou aquela snob — são muitas, incluindo as mais insuspeitas. E também não é por razões de manutenção da saúde física, mas sim por motivos exclusivamente estéticos. A este respeito, pode dizer-se que grande parte das mulheres são, se não doentes do foro psíquico, pelo menos "doentes da formosura". O mal chama-se "Doença da Beleza", objecto da Calologia, ciência da beleza, como a impaciêncialogia pode ser a ciência da falta de pachorra.
Sabe que há quem faça cicatrizes puntiformes deprimidas na face —vulgares "covinhas" — porque têm it e que o thigh gap, de que o leitor incauto, e algumas leitoras provavelmente, nunca ouviram falar, é fundamental. Se a estupidez fosse mais razoável, dispensava-me de explicar o thigh gap a quem não sabe. Mas, dado o enquadramento do texto, esclareço que é o espaço triangular e vazio de partes moles que deve persistir entra o segmento superior das coxas quando estas estão encostadas (a figura ao lado é esclarecedora). Não ter um generoso thigh gap é ser obesa, pior que ser marreco, vesgo, ou do Sporting!
Há pachorra? NÃO HÁ!!! Definitivamente.
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