terça-feira, 31 de outubro de 2017

OS GRANDES VELEIROS

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FAZER UM JARDIM

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MÁQUINA DE LAVAR A CABEÇA

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Durante a campanha eleitoral dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, agentes russos, com o propósito de semear a confusão entre americanos, publicaram posts que chegaram a 126 milhões (!) de utilizadores do Facebook, mais de 131.000 mensagens no Twitter e carregaram 1.000 vídeos no YouTube da Google.
Aí está o que dizia há dias sobre as redes sociais, em particular o Facebook, que teve papel relevante nessa calamidade que foi a eleição de Trump.
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TEORIA DA FELICIDADE

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Em 1922, Einstein estava em Tóquio para fazer uma conferência, pouco tempo depois de saber que tinha ganho o Prémio Nobel, quando um groom do Imperial Hotel Tokyo, onde se instalou, lhe levou ao quarto um telegrama ou coisa parecida.
Einstein procurou nos bolsos uma moeda para dar de gorjeta, mas não encontrou. Pegou então em dois papeis e escreveu, em alemão, no primeiro: "Uma vida calma e modesta traz mais felicidade que a procura do sucesso e constante intranquilidade". No outro papel escreveu: "Onde há vontade, há um caminho". Depois disse ao rapaz que aquelas notas podiam vir a ter mais valor que uma gorjeta banal.
Os papeis 
 agora conhecidos por "Teoria da Felicidade" —  foram vendidos na semana passada, pela Winner´s Auctions and Exhibition: o primeiro, por 1,56 milhões de dólares e, o segundo, por 250 mil. Não restam dúvidas que a teoria de Einstein — também esta — estava certa: os papeis valiam mais que uma gorjeta vulgar! Só que quem os vendeu não foi o groom japonês, que provavelmente já faleceu, mas um seu neto. De qualquer maneira, terá ficado na família, na forma de generosa herança.
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QUEM TE MANDA A TI

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Um túnel do complexo de testes nucleares da Coreia do Norte colapsou, matando 100 pessoas, depois do último ensaio, alegadamente com uma bomba de hidrogénio. Outras 100 pessoas, enviadas para salvar as primeiras, morreram também.
O acidente aconteceu no início deste mês, havendo risco de exposição a radiação como consequência. Imagens via satélite indicam fugas de material radioactivo para o exterior do túnel, com perigo de contaminação local e à distância, actual e futura.
Trágico, e caso para perguntar: quem te manda a ti, sapateiro tocar rabecão?

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CONFIRMA-SE

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Deu de frosques !
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UMA BOLA QUE ROLA E REBOLA

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Enquanto Portugal se mantém "olimpicamente" no Verão, com pessoas a tomar banho nas praias — além, claro, do Presidente Marcelo —, o Inverno chega ao Reino Unido, se é que alguma vez saiu de lá. É a vida, nesta bola que rola, rebola e baila em volta do Sol.
A fotografia de cima mostra a Chatsworth House, em Derbyshire, e o solo coberto de branco com geada. A outra ainda é só de Outono, com folhas caídas em Eden Valley, na Cumbria — triste, mas bonito.

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PERGUNTAR NÃO OFENDE

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[...] Quase todos apontam os eucaliptos como os grandes aliados dos incêndios florestais e o Governo já proibiu novas plantações. Mas há incêndios nas áreas de eucalipto pertencentes às empresas de celulose? Se não há, poder-se-á concluir que o problema não é do eucalipto mas da forma como são geridas as plantações? [...]

[...] Para ‘resolver’ problemas como a falta de limpeza das matas, há quem defenda a nacionalização dos terrenos cujos proprietários não cumpram a lei. Mas isso será mesmo solução? Se o Estado não consegue cuidar daquilo que é seu – como o Pinhal de Leiria, que ardeu 80% – como iria dar conta de milhares de terrenos dispersos pelo país? [...]
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José António Saraiva in "SOL"

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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

RAQIB SHAW

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A/2017 U1

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Clique na imagem para ver maior e melhor

.Animação que mostra o asteróide A/2017 U1 quando passou, em Setembro e Outubro deste ano, pelo interior do Sistema Solar. Os cálculos dos astrónomos indicam que, provavelmente, teve origem fora dele.
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FURACÃO HARVEY

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O Furacão Harvey sobre a costa do Texas, em Agosto, visto da Estação Espacial Internacional
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IRONIAS DA HISTÓRIA

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Em 20 de Fevereiro de 1939, seis meses antes da Alemanha invadir a Polónia, no Madison Square Garden de Nova-Iorque, 20.000 pessoas, quase todas americanas, participaram num comício organizado pela German American Federation, organização pró-nazi.
Hoje, tal parecerá surrealista, mas foi real. A História tem destas coisas.
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PINGOS DE LITERATURA

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Para o fim de Janeiro o mar ia-se tornando tempestuoso,.começava a despejar sobre a povoação um lixo espesso e poucas semanas depois tudo estava contaminado pelo seu humor insuportável. A partir de então o mundo não valia a pena, pelo menos até ao outro Dezembro, e ninguém ficava acordado depois das oito. Mas no ano em que veio o senhor Herbert o mar não se alterou, nem sequer em Fevereiro. Pelo contrário, tornou-se cada vez mais liso e fosforescente, e nas primeiras noites de Março exalou uma fragrância de rosas.
Tobías sentiu-a. Tinha o sangue doce para os caranguejos e passava a maior parte da noite a espantá-los da cama, até que virava a brisa e conseguia dormir. Durante as suas longas insónias tinha aprendido a distinguir qualquer mudança do ar. De maneira que quando sentiu um cheiro de rosas não precisou de abrir a porta para saber que era um cheiro do mar.
Levantou-se tarde. Clotilde estava a acender o lume no pátio. A brisa era fresca e todas as estrelas estavam nos seus lugares, mas era difícil contá-las até ao horizonte, por causa das luzes do mar. Depois de tomar café, Tobías sentiu um ressaibo da noite no paladar.
- Esta noite - recordou - sucedeu uma coisa muito estranha.
Clotilde, evidentemente, não a tinha sentido. Dormia de uma maneira tão pesada que nem sequer recordava os sonhos.
- Era um cheiro de rosas - disse Tobías -, e tenho a certeza de que vinha do mar.
- Não sei a que cheiram as rosas - disse Clotilde. Talvez fosse verdade. O povoado era árido, com um solo duro, gretado pelo salitre, e só de vez em quando alguém trazia de outro lugar um ramo de flores para o atirar ao mar, no sítio de onde se atiravam os mortos.
- É o mesmo cheiro que tinha o afogado de Guacamayal - disse Tobías.
- Está bem - sorriu Clotilde -, então se era um bom cheiro, podes ter a certeza de que não vinha deste mar.
Era, com efeito, um mar cruel. Em certas épocas, enquanto as redes não arrastavam senão lixo em suspensão, as ruas do povoado ficavam cheias de peixes mortos quando se retirava a maré. [...]

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Gabriel Garcia Marquéz — O mar do tempo perdido in "A Incrível e Triste História da Cândida Eréndira e da sua Avó Desalmada"
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DEU DE FROSQUES ?

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ÌNTERIM

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domingo, 29 de outubro de 2017

JOSEP TEIXIDO

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OUTROS TEMPOS

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ESTAMOS BEM SERVIDOS !

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[...] Do outro lado está António Costa que oscila entre a rudeza jacobina nos momentos em que sente forte e o acabrunhamento egocêntrico de quem, tendo sido sempre protegido, não consegue enfrentar as dificuldades. A frase "admito ter errado na forma como contive essas emoções" a propósito dos incêndios é digna de um consultório sentimental não de um chefe de governo. Morrem mais de cem pessoas em parte por falhas do Governo e a palavra responsabilidade continua a não ser pronunciada por António Costa. O que ele assume é ter contido as emoções. Estamos bem servidos! Ou seja Costa arrepende-se de não ter feito como Marcelo e ido por esse Portugal fora abraçando e beijando. Neste momento aliás não há líder que não se sinta compelido a imitar Marcelo. [...]
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Helena Matos in "Observador"
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ESPERTALHÃO


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A MAIOR EMPRESA DE VIGILÂNCIA DA HISTÓRIA

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A figura em cima é o cabeçalho de um artigo publicado hoje no "The Times" e assinado por John Lanchester, com o título "A verdade sobre o Facebook: como ganhar 2 mil milhões de amigos e destruir a civilização".
Começa o artigo por informar que no fim de Junho o Facebook atingiu 2 mil milhões de utilizadores activos, facto a considerar tendo em atenção que, em 2004, foi concebido para ser apenas meio de comunicação entre estudantes da Universidade de Harvard.
Tal proeza ultrapassa largamente outros fenómenos de comunicação, incluindo a própria Internet, para não falar da televisão, do cinema, ou da rádio. Poderá perguntar-se, face ao referido, e daí? Qual é o mal? Não é a comunicação um bem? Claro que é.
O autor recorda então que a invenção do caminho de ferro, porventura uma das mais úteis  na história das comunicações, mereceu de Flaubert, céptico quanto a ela, o comentário seguinte: "O caminho de ferro vai somente permitir que haja mais gente a deslocar-se, a encontrar-se e a fazer coisas estúpidas".
Para quem está de pé atrás em relação ao Facebook — é o meu caso e peço desculpa por isso — basta ter conhecimento de que o Facebook teve papel importante na eleição de Donald Trump. Tal vitória faz pensar em Flaubert.
O mecanismo da ascensão do Facebook parece ser o seguinte: o homem — e a mulher, para respeitar a igualdade de género e não haver problemas com a deputada Isabel Moreira — começam por ter dois objectivos na vida: comida e abrigo. Conseguido isso, passam a olhar em volta para o que os outros fazem e querem e, em seguida copiam-nos. Diz a Psicologia que é assim e ninguém escapa. A imitação é a raiz de todo o comportamento humano. As redes sociais, têm o êxito que se vê porque engrenam na nossa natureza. Permitem "olhar em volta para o que os outros fazem e querem" e "copiá-los" também. Funcionam como binóculo psicológico e bengala da nossa performance imitadora. Infelizmente, levam mais vezes a enxergar aquilo que não devíamos enxergar, ou não interessa, e a copiar o que não merece ser copiado, como refere o artigo citado.

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ÍNTERIM

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sábado, 28 de outubro de 2017

OS GRANDES VELEIROS

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COCÓ, RANHETA E FACADA

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A SITUAÇÃO DO PONTO

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O Presidente da República prometeu hoje, em conversa com um açoriano num mercado, que não largará as regiões afectadas pelos incêndios e referiu já ter avisado que "o Governo tem menos de dois anos para resolver o problema".
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In www.sapo.pt
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Advogado fez as contas: são precisos 75 mil anos de trabalho para analisar a Operação Marquês.
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In www.msn.com
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Primo arranja prostitutas de luxo a José Sócrates.

In Correio da Manhã
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Max Crocombe, o guarda-redes do Salford City, clube da National League North do Reino Unido, viu um cartão vermelho e foi consequentemente expulso da partida por estar a urinar em campo.
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Idem
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O Cazaquistão vai mudar de alfabeto pela terceira vez em menos de 100 anos: depois do árabe, do latino e do cirílico, o país vai agora criar o seu alfabeto oficial.
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In Diário de Notícias 
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O sr. Sócrates não fazia ideia do dinheiro que (não) possuía, estratégia que de resto adoptou no governo da nação. Entre esquemas toscos, mentiras pegadas e restante parafernália pirotécnica típica dos fura-vidas, o sr. Sócrates construiu uma figura pública e privada que, desculpem lá, tem a sua graça. Aos que acusam o indivíduo de prosperar à custa dos outros, e provavelmente à nossa, respondo que, se calhar, valeu a pena: o abundante divertimento que o homem regularmente proporciona não podia ser gratuito. Podia, admito, ser um pouquinho mais barato. Mas de borla ninguém consegue nada.
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In Observador

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CADA CAVADELA, CADA MINHOCA

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DEFINITIVAMENTE CHOCO

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Afinal, O Dolicocéfalo tinha razão quando dizia há dois dias que o Partido Socialista não estava chocado com o Presidente da República, como constava. Ontem o Ministro de Estado, ou de Outra Coisa Qualquer, Santos Silva, anunciou que não há nenhum desconforto por parte do Governo com o Presidente da República.
Tal como admitíamos, o Partido Socialista exprimiu-se mal e não está chocado. Está — isso sim — choco, como supusemos e é agora confirmado. E admito estar a chocar outra ninhada não tarda muito, desta vez de perdigotos de Azeredo Lopes que
, na Defesa, se tem saído melhor que o Luisão.
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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

CHANG DAÍ CHIEN,

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ERRATA

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Em cima, John Moffat (à esquerda) e Kenneth Pattisson, ambos pilotos durante a II Guerra Mundial. Ao primeiro foi atribuída, até agora, a proeza de ter disparado o torpedo que afundou o "Bismarck", o mais poderoso navio da Armada Nazi.
Estudos feitos entretanto, no casco do navio afundado, mostram que o torpedo que o atingiu "mortalmente" foi lançada do lado oposto e que só pode ter sido lançado por outro aviador, o sub-tenente Kenneth Pattisson, do porta-aviões 
"HMS Ark Royal" à direita na imagem.
Já ambos morreram, mas a História corrige-se permanentemente.
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O "Bismarck"
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FOTOGRAFIA DO DIA

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A VIDA É UMA FESTA, A REALIDADE UMA RESSACA*

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Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um mundo novo a sério.
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António Aleixo
.* Roger Lima

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JÁ NÃO HÁ MILAGRES DAS ROSAS

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Helena Garrido publica hoje um artigo no "Observador", intitulado "Tácticas de Austeridade Escondida", que vale a pena ler para nosso esclarecimento. O link fica aqui e o resumo vai a seguir.
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O Governo não virou a página da austeridade, escondeu a austeridade pondo em risco os serviços públicos. A tragédia dos incêndios pôs a nu essa estratégia de cortes.

[...] À medida que o tempo passa e chegam os dados, percebemos como é que foi possível repor os salários da função pública e eliminar cortes de pensões e, ao mesmo tempo, reduzir o défice público em 2016. A dimensão dos cortes mascarados de “cativações” ultrapassa o que se fez na era da troika. [...] 


[...] Quando se olhou para o Orçamento de 2016, as análises independentes foram todas no mesmo sentido: o Governo não iria atingir os objectivos de redução do défice público, ameaçando assim a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos. [...] Mas a realidade desmentiu essas análises. [...]

[...] O problema das análises, que deram como impossível de cumprir os objectivos de défice público de 2016, é que baseou as suas avaliações no que tinha sido a prática normal da execução orçamental durante as últimas décadas. As cativações ficavam sempre dentro de margens que não punham em causa os resultados das análises ao Orçamento. Ou seja, apesar da crescente complexidade dos documentos orçamentais, cada vez mais difíceis de analisar, era ainda suficientemente transparentes para, a partir da informação pública, conseguir avaliar os riscos que o Governo estava a correr.
Tudo mudou com o Governo de António Costa e com Mário Centeno como ministro das Finanças. A austeridade ficou escondida sob a forma de “cativações” que deviam na realidade designar-se como cortes de despesa. A promessa de “virar a página da austeridade” era afinal dissimular a austeridade.
[...]

[...] O ano de 2016 bateu o recorde nesse tipo poupanças, ultrapassando folgadamente o que se fez na era da troika. [...]

[...] Nada disto seria grave se estes cortes de despesa tivessem seguido uma estratégia de reforma do Estado ou se estivéssemos a sair de uma fase de prosperidade. Nada disso se verificou. Estes cortes são feitos depois de uma era de elevada contenção financeira dos serviços públicos e com o único objectivo de conseguir o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda – que se recusariam a assinar uma estratégia de austeridade que não fosse disfarçada.
A tragédia dos incêndios pôs a nu essa estratégia de cortes já que obrigou a olhar para o Orçamento na perspectiva de um serviço específico. Este Governo dotou a protecção civil com menos recursos financeiros do que aqueles que tiveram na era da troika, como se pode ler neste trabalho do Observador.  Nunca saberemos o peso que teve a falta de recursos financeiros no que se passou nos incêndios deste Verão.
[...]

[...] A política da austeridade escondida altamente ameaçadora dos serviços públicos foi prosseguida pelo Governo mas teve a cumplicidade do PCP e do Bloco de Esquerda. Podem hoje competir pelo pódio de quem defendeu mais a reposição dos rendimentos mas todos estão a ser responsáveis pelo risco a que expuseram os serviços públicos. É aliás extraordinário que aqueles que dizem defender o Estado sejam os que mais o põem em causa.
Neste momento resta-nos apenas desejar que não aconteçam outras tragédias.
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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

NEO RAUCH

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AZES DE OUROS

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Sobre a entrevista de José Sócrates na TV, Ricardo Araújo Pereira, em artigo publicado na "Visão" (segundo penso) e reproduzido algures na Net, chama a atenção para o facto de Sócrates ter reagido violentamente quando lhe perguntaram “Hoje como é que o senhor vive, como é que paga as suas despesas?”, considerando a pergunta um insulto, e não se ter perturbado com a pergunta inicial — “O senhor foi ou não um primeiro-ministro corrupto?” — pergunta muito mais ofensiva.
Há situações marginais que, por vezes, dizem mais que aquilo que parecem dizer. Negar que foi um primeiro-ministro corrupto é coisa que não custa nada a Sócrates. Explicar como conserva o padrão de vida que tem — e teve — será mais complicado sem se comprometer.
Sócrates ter-se-á sentido "encurralado", porque nunca imaginou que o jornalista fosse capaz de lhe fazer a pergunta, e reagiu com violência para pôr um ponto final na matéria, uma vez que não tinha resposta capaz sem meter os pés pelas mãos; especialmente depois do entrevistador agravar a situação com uma pergunta complementar: “Não vive então com empréstimos do seu amigo Carlos Santos Silva?”. Tocou no ponto mais fraco do entrevistado, qual é o de há vários anos, aparentemente, viver muito acima das suas possibilidades, às custas daquilo de que o acusam.

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BHUMIBOL ADULYADEJ

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Um ano passado depois da morte do Rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, que reinou 70 anos, realizou-se ontem o funeral com a cremação do corpo num crematório construído para o efeito perto do Palácio Real. Esta são duas imagens colhidas durante a cerimónia.
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CHOCADO OU CHOCO ?

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Chocar é um verbo com múltiplas acepções em Portugal. Pode referir-se ao acto da ave que cobre os ovos com o corpo para os aquecer e germinar; ir de encontro à parede; descarregar uma corrente eléctrica na pele ou mucosas; estragar; apodrecer; incomodar; ferir a sensibilidade de alguém e por aí fora. Por isso, fiquei inquieto ao ler que o Partido Socialista ficou chocado com o discurso do Presidente da República depois do último grande incêndio, quando o País entrou em risco de ignição total, qual pira funerária lusitana.
Na verdade, o português consciente e avisado sentiu, quase literalmente, as barbas a arder e daí que Marcelo lançasse um grito a exigir a quem tinha — e tem — a responsabilidade de controlar a cremação nacional, neste caso o Governo da "Geringonça", que fizesse alguma coisa para aplacar Vulcano, Deus do Fogo. Nada mais assisado!
Mas o Partido Socialista não gostou e ficou chocado.
Marcelo, por sua vez, interrogado nos Açores sobre o choque no Largo do Rato, afirmou que quem ficou chocado com os incêndios de 15 de Outubro foi o País e não o Largo do Rato. O problema, portanto é quem está chocado: o PS ou o País?
Admito que o Partido Socialista errou na forma como se expressou: na realidade o Partido não está chocado 
 o Partido está é choco; e já não é de agora. Mas de acordo com o habitual, podemos esperar porque o choco costuma durar cerca de três semanas, segundo penso, e antes de meados de Novembro passa.
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OPERAÇÃO LENINE

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Um parente próximo de Vladimir Putin, que ganha 8.500 dólares por ano, acumulou uma fortuna próxima de 573 milhões; enquanto o total do seu círculo de amigos chega aos 24 mil milhões. Nenhum deles, ao que se sabe, é amigo do Eng. Carlos Santos Silva da LENA, nem tem crédito na Caixa Geral de Depósitos.
Os dados foram recolhidos por um grupo de jornalistas de investigação e — que se saiba — nenhum deles é do "Correio da Manhã".

Não invento nada, vem tudo no "The Times", e pode ser lido aqui.
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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ROMERO BRITTO

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UMA ANEDOTA PARA HOJE

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93 ANOS !
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EM NOME DE DEUS

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LUZ ZODIACAL

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Fotografia feita na madrugada de 31 de Agosto passado, em Mono Lake, na Califórnia, por Eric Barnett.
A luz zodiacal, também chamada madrugada precoce — ou coisa parecida —, é devida à reflexão da luz do Sol, quando este ainda está abaixo da linha do horizonte, por partículas de poeira cósmica, partículas que são restos da formação dos planetas do Sistema Solar.
Tem forma triangular, com um vértice virado para cima e, no hemisfério Norte, ocorre em meses próximos do equinócio de Outono. A cor é leitosa, semelhante à da Via Láctea.
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A HISTÓRIA DE SHANIDAR 1

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Shanidar 1 era nosso antepassado — pelo menos parcialmente. Shanidar 1 era um Homem de Neandertal que viveu há 50.000 anos. Habitava um ecossistema perigoso, onde animais carnívoros, como leões e tigres, chamavam um figo a ele e aos seus contemporâneos. Para sobreviver exigia-se boa vista, ouvido apurado, rapidez de movimentos, especialmente para fugir, e mãos rápidas para a defesa.
Mas Shanidar 1 era surdo, era cego, o seu membro superior direito não tinha antebraço nem mão, e Shanidar 1 claudicava muito ao andar. Contudo, Shanidar 1 viveu até aos 40 anos, o que em termos actuais de esperança de vida corresponde a 80.
Os antropólogos consideram que tal só foi possível porque o homem teve ajuda solidária dos seus pares. As lesões sofridas no corpo, dedutíveis pelas sequelas esqueléticas encontradas agora, só seriam compatíveis com tão longa sobrevivência se tivesse ajuda de alguém que cuidasse dele.
Os neandertais, conclui-se assim, não eram tão primários como muitos de nós pensarão. Não tinham Serviço Nacional de Saúde, Assistência Social, Caixa Geral de Aposentações, lares para a terceira idade e rebabá, mas já havia espírito de entreajuda, caridade, solidariedade social, ou o que quiserem chamar-lhe — "a face iluminada" da Humanidade.
Perguntar-se-á como é possível saber que Shanidar 1 era cego, ou surdo, ou claudicava, e por aí fora, a partir do esqueleto. É possível e isso está explicado no artigo que pode ler, na íntegra, aqui.

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

JOHAN VERMEER

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BANHO-MARAT

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Marat, por Jacques-Louis David que fez o favor de lhe "tratar" a doença da pele

Jean-Paul Marat, o figurão da Revolução Francesa, nasceu na Suíça, estudou Medicina em França — onde não acabou o curso —, indo depois para Inglaterra, País que, por artes malabares tipo Sócrates de Vilar de Maçada, lhe deu um diploma de médico, não sem que antes não tenha exercido Medicina sem o ter.
Em 1776, regressou a França e tornou-se médico da moda da aristocracia. Mas, como não "parava", começou a fazer investigação científica — nalgumas áreas em associação com Benjamin Franklin — e publicou livros sobre a natureza do fogo, da luz, da electricidade, sobre a fuga dos chatos para o Egipto, eventualmente sobre a confiança no mundo e a tortura em democracia e por aí fora.
Em 1788, mudou novamente de carreira: passou-se para a política. Fundou um jornal e tornou-se numa das vozes mais radicais da Revolução Francesa.
Estava convencido que a doença era consequência de um "desequilíbrio dos fluidos orgânicos" e, porque sofria de dermite herpetiforme, doença crónica da pele, passava horas "de molho" na banheira cheia de coisas inenarráveis. Tantas horas que foi aí que a sua namorada, Charlotte Corday, o matou à facada em 1793. 
No julgamento que a condenou à morte, Charlotte declarou: "Matei um homem para salvar 100.000". Conhecendo Marat, provavelmente salvou. Aliás, andam por esse mundo alguns a precisar de banho — não banho-maria, mas "banho-Marat".
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Esta conversa aparece aqui porque, por acaso, me caiu no monitor a pintura reproduzida em cima, com um Marat sem lesões cutâneas visíveis.
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UMA IMAGEM PARA HOJE

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