domingo, 24 de dezembro de 2017

DE GALILEU A DARWIN E EINSTEIN

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Em 1966, há mais de 50 anos, o antropólogo canadiano Anthony Wallace previu o desaparecimento da religião com o desenvolvimento da ciência: "A crença em poderes sobrenaturais está condenada a morrer em consequência do avanço científico em todo o mundo", escreveu Wallace.
A opinião do canadiano não era excepção e, sobretudo a Europa, caminhava — ou pensava que caminhava — para inevitável secularização. Na realidade as coisas não se têm passado assim. Em boa verdade, têm-se passado ao contrário.
Os Estados Unidos, a sociedade do mundo mais avançada científica e tecnologicamente, é a mais religiosa de todo o Ocidente. Parece não haver nenhuma relação consistente entre avanço científico e perfil religioso, quer quanto a crença, quer quanto a prática.
Em resumo, a secularização não parece inevitável e, se ocorre, não é consequência do progresso científico. Pelo contrário, tudo aponta para a possibilidade de, quando este é usado com esse fim, produzir efeito contrário, ou seja, ser a ciência a desvalorizada.
A religião não vai desaparecer tão cedo, parece evidente, e a ciência tem toda a vantagem em conviver com ela, independentemente de quais sejam as convicções do cientista. Darwin foi muito apoiado por crentes e não crentes e os tempos de Galileu já lá vão.
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