sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

AINDA NÃO HAVIA GPS

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Navegar no mar longe da vista de pontos de referência na costa foi uma das conquistas da humanidade. O primeiro grande avanço terá sido a possibilidade de determinar a latitude pelo altura angular do Sol ao meio dia, ou seja, quando atinge a maior altura. A essa hora, os navegadores sabiam, pelo menos, a que distância estavam do Equador. Mas a longitude era um problema e, por isso, muitas vezes tinham de navegar para Sul ou para Norte até atingirem à latitude do ponto onde queriam chegar e, depois para Este ou Oeste, até lá, mantendo-se nessa latitude.
Conhecer a longitude exigia saber a hora certa num local de referência, por exemplo no meridiano de Greenwich, quando o Sol atingia a maior altura — o meio-dia — no local onde estavam. Para isso era preciso ter maneira de "guardar esse tempo" de uma forma qualquer, num relógio, por exemplo, a que os ingleses ainda chamam também timekeeper.
Mas os primeiros timekeepers, os relógios de pêndulo, funcionavam apenas correctamente em superfícies estáveis, condição que um navio não tem. Por isso a descoberta do relógio "de corda" com balanço permitiu enorme avanço na ciência da navegação. 

Para conhecer a longitude, bastava saber a hora que era em Greenwich, por exemplo, quando era meio-dia no local onde se encontravam os navegadores — cada hora de diferença correspondia a 15 graus de longitude, Leste ou Oeste. Vem tal "xaropada" a propósito de um facto actual que pode interessar algum leitor deste pasquim.
Há 350 anos, Alexander Bruce, um nobre escocês, encomendou ao relojoeiro holandês Severijn Oosterwijck um relógio (timekeeper) capaz de funcionar num navio, com a intenção de dar à Esquadra de Carlos II superioridade sobre todas as outras. O relógio causou grande excitação no meio marítimo, mas foi um fiasco. Instalado no navio HMS Jersey para ensaio, veio a verificar-se que o seu comandante, Robert Holmes, aldrabou os resultados no relatório que fez — um escândalo!
Esse timekeeper pertence hoje a um coleccionador do Sul de Inglaterra e está em exposição no National Maritime Museum. A solução dos cronómetros de bordo só viria mais tarde m
as, quando for a Londres, pode ver este no National Maritime Museum, das 10H00 às 17H00.
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(Esta fotografia não corresponde a nada referido no texto: são apenas algumas peças de um relógio "de corda" para enfeitar!)
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