quinta-feira, 12 de abril de 2018

ESTÁ TUDO PRENDIDO

.
.
No jornal "Público", hoje lê-se a folhas tantas: [...] De passagem por Portugal, entre as viagens a França e ao Egipto, o Presidente da República deixou o aviso: ou há acordo para o Orçamento do Estado para 2019, ou o seu chumbo implica eleições antecipadas. [...] 

Se estivéssemos a falar de doenças e seus sintomas, diria que a frase é patognomónica, ou seja, suficiente para caracterizar uma situação clínica mórbida bem definida. No caso não é clínica a situação, antes política, mas quase a mesma coisa — do foro da patologia.
Desde logo, quando começa por informar que "De passagem por Portugal, entre viagens a França e ao Egipto, o Presidente deixou o aviso..." — tal e qual: de passagem por Portugal!
Antes do "vou ali e já venho", típico dos políticos portugueses que repetem a façanha de Fernão de Magalhães até à décima quinta potência, o Presidente deixou cair um bitaite cautelar para que não digam depois que ninguém avisou. Está em causa a meta do défice no Orçamento do Estado para 2019, que o Ministro Centeno quer reduzir para 0,7% e a esquerdalha da geringonça quer manter em 1,1%. São 0,4% que fazem toda a diferença e não pesam tanto quanto valem o Jerónimo e a Catarina juntos, ou seja, "poucochinho".
Tudo visto e respigado, lembra o velho regedor de uma aldeia do Minho que contava com orgulho a sua intervenção num caso de perturbação da ordem pública. Dizia o ancião que um dia, chamado a intervir numa briga  na freguesia, chegou e disse: Está tudo "prendido"! E assim voltou a paz à povoação. Assim fará também Marcelo, se a geringonça não se entender: de passagem por Portugal, numa das suas viagens de circum-navegação, chegará a Belém e dirá: Está tudo "prendido".

.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário