sábado, 19 de maio de 2018

A PRÁTICA DA TEORIA

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A figura em cima mostra uma carruagem a aproximar-se da "agulha", um agulheiro e, do lado direito, uma pessoa convencionalmente na linha e, em frente, cinco pessoas também na linha. Se o agulheiro accionar o dispositivo para a direita, a carruagem mata uma pessoa. Se não fizer nada, a carruagem atinge cinco pessoas. O agulheiro tem 20 segundos para decidir e a pergunta é: o que deve ele fazer? 
Sei que acha dever desviar a carruagem para a direita porque poupa cinco pessoas. Mas, atenção: está a decidir o destino daquela pessoa, seguramente a matá-la. Acha que tem esse direito? Não sabe!
Mas, se não fizer nada, está a assistir passivamente à morte de cinco pessoas. Acha que tem direito a decidir quem deve morrer? Uma espiga!...
Posta a questão a muitas pessoas, a regra geral é "entupirem". Perante isto, um sociólogo belga passou à prática: criou uma geringonça com duas gaiolas, numa metia um rato nada interessado em tais estudos, na outra metia cinco ratos no mesmo estado de espírito, e criou um circuito eléctrico com possibilidade de dirigir a corrente para uma gaiola ou outra, através de alavanca ou coisa do género.
Participaram 100 voluntários e 64% deles, interrogados antes de passar à prática, declararam que desviariam a corrente eléctrica para a gaiola onde estava o rato solitário. Mas depois, postos a funcionar, 84% desviou a corrente para a gaiola do rato solitário e só 16% mataram os cinco ratos. E isto, em minha opinião, é a parte mais importante da experiência: o que as pessoas pensam não corresponde ao que fazem na prática. Como diz brasileiro, na prática a teoria é outra.

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